Não fiquei muito
tempo naquele prédio, quando estava saindo, fui abordado pela Sandra que
segurou o meu braço me impedindo de andar. Logo um rapaz forte a segurou.
- o Sr. Está bem?
– perguntou
- Guto, você tem
que me explicar que merda é essa – ela falou
Naquele momento,
eu já não podia mais esconder o que estava acontecendo, ela sabia que era eu, o
Augusto. Eu olhei bem para ela que tentava sair dos braços do segurança.
- solta ela –
falei
- tem certeza
senhor? – ele perguntou
- solta ela, -
falei novamente
Ele soltou e ela
ficou me olhando, ali eu percebi que a vida que levávamos não era tão boa
quanto eu pensava. Ela parecia triste e tinha todos os motivos do mundo para
estar assim.
- Sandra, me
desculpa por tudo – falei
- por que você
fez isso? Como conseguiu fazer com que pensássemos que você estava morto? Como?
– gritou
- não vamos
conversar aqui, vem comigo – falei
- não vou a lugar
algum até você me explicar isso tudo? O que está fazendo vestido desse jeito? –
perguntou
- por favor, eu
vou explicar, só vem comigo – falei
Olhei para ela e
comecei a caminhar até o carro onde um motorista me esperava, ele abriu a porta
e ela entrou, entrei em seguida. Fomos o caminho todo em silencio, ela não me
disse nada e eu também não me atreveria a falar ali. Chegamos a casa, a porta
do carro foi aberta, saímos e entramos na casa. Uma das empregadas me olhou.
- bom dia Sr.
Paulo – falou
- bom dia – falei
entrando
- o Sr. Deseja
alguma coisa? – perguntou
- só que, ninguém
me incomode pelos próximos minutos – falei
- tudo bem senhor
– falou
- vem comigo –
falei a Sandra
Subimos as
escadas, passamos pelo corredor, abri a porta do quarto, ela entrou e em
seguida eu entrei fechando a porta. Tirei o terno ficando apenas com a camisa e
a calça.
- nossa, vai me
dizer que ganhou na loteria, trocou de nome e de vida sem contar a ninguém? –
perguntou
- não, não
necessariamente ganhei na loteria. – falei
- então vai me
explicar de onde tirou tanto dinheiro para comprar essa casa? Andar todo
arrumado e com empregados? - falou
- olha Sandra. A
alguns dias atrás, um rapaz foi me procurar no restaurante, no mesmo dia em que
eu supostamente morri. Ele me disse que eu tinha um irmão gêmeo, o Paulo, me
disse que ele estava morto e que haviam pessoas querendo tirar tudo o que ele
conquistou, que pessoas o mataram e desde então eu estou fingindo ser o Paulo,
estou tentando descobrir quem fez isso com ele – falei
- perai, acha
mesmo que eu vou cair nessa conversa de série de televisão? Acha que eu sou o
que em? Uma vadia qualquer? Uma idiota que vai acreditar em você? – gritou
- não estou
mentindo, o corpo que você viu, que você enterrou não era o meu, era o do
Paulo, dono de uma grande empresa, de uma grande fortuna e eu queria te contar,
mas não pude, não por enquanto – falei
- eu não estou
acreditando – falou chorando
- acredite em
mim, eu não tenho por que mentir, não agora – falei
- ao mesmo tempo
que eu estou com vontade de te bater, eu estou com vontade de te abraçar, você
não sabe o quanto eu chorei, o quanto o pessoal chorou por você – falou
- eu chorei o
mesmo, como se eu estivesse perdido a mim mesmo, assim como eu perdi, o Augusto
não existe mais, não por parte – falei
Ela ficou me
olhando como costumava fazer. Sandra levou um tempo para entender, não esperava
que ela aceitasse de vez. Levamos a tarde toda conversando sobre essas coisas,
minha sorte é que o Isaque não veio para casa. No finalzinho da tarde ele me
ligou.
- oi – falei atendendo
- oi meu amor, não
vou para casa hoje, tenho plantão até mais tarde, o hospital está cheio – falou
- tudo bem meu
lindo, não se preocupe – falei
- te vejo amanhã,
te amo – falou
- também te amo –
falei olhando ela
Ele desligou.
- meu lindo? Te amo?
Vai me dizer que o seu irmão era gay e tinha um namorado? – perguntou
- quase noivo, se
conhecem desde novos – falei
- meu Deus, em que
diabos você se meteu? – perguntou
- não sei, mas a
cada momento que passa eu sinto como se tudo fosse dar errado, me arrependo de
ter me enfiado nesse meio – falei
- eu... eu tenho
que ir, está tarde – falou
- eu vou pedir ao
motorista para te levar – falei
- eu vou de ônibus
– falou
- não vai não,
ele vai levar você e amanhã ele irá te busca, quero que me ajude – falei
- ajudar você? Olha,
eu estou muito, mais muito machucada, não preciso do seu motorista, não preciso
da sua ajuda e não quero que você me procure, o Augusto morreu e eu não tenho
mais amigo, nem irmão – falou saindo
- Sandra, volta
aqui – falei
Ela desceu as
escadas correndo, tentei ir atrás dela mas foi impossível, ela saiu correndo. Pedi
ao Fernando, o motorista que a seguisse, para ter certeza de que ela estivesse
bem.
Se eu já estava
machucado antes, agora estava muito pior. A noite chegou, tomei o meu banho,
meu celular tocou.
- onde você está?
– perguntou
- o que? –
perguntei
- sou eu, Felipe,
onde você está? Estou te esperando – falou
- eu tive um
imprevisto, - falei
- estou te
esperando, não demore – falou desligando
Olhei o
aplicativo que o Joaquim colocou no celular e verifiquei, realmente funcionava.
O endereço era de um bairro de classe média, peguei minhas coisas e sai
informando o local, demorou um pouco e logo chegamos, era um apartamento, logo
na entrada, antes mesmo de perguntar um rapaz veio falar comigo.
- Sr. Paulo, o
seu Felipe está lhe esperando – falou sorrindo
- eu perdi minha
chave, será que tem uma cópia? – perguntei
- claro senhor,
só um minuto – falou
Ele pegou umas
chaves dentro de uma caixa, me entregou. Não tinha número nenhum na chave, era
apenas um chaveiro simples. Fiquei olhando para ele que logo me entregou um
envelope também.
- chegou isso
para o senhor – falou
- obrigado –
falei
Olhei o envelope, estava endereçado e nele tinha o número do apartamento. Dobrei
a carta colocando no bolso, subi no elevador até o sexto andar, abri a porta do
apartamento, era um apartamento médio, fechei a porta e caminhei devagar sem
saber onde estava me metendo, o primeiro corredor que achei eu entrei, era a
cozinha, fiquei olhando e logo alguém me pressionou na parede grudando seu
corpo ao meu, colocou sua boca em meu pescoço e começou beijando, foi subindo e
subindo até minha orelha.
- você demorou – sussurrou.
Ele me virou e
frente para ele, era bonito, olhos azuis, boca rosada, cabelos loiros e caídos nos
olhos, sarado na medida certa, ele estava apenas de cueca. Logo soube do que se
tratava, o Paulo tinha um amante.
Seus lábios encontraram
o meu sem nem pedir permissão, e ao contrário do beijo do Isaque, o dele tinha uma
coisa mais forte, era mais tesão e menos paixão, era mais desejo, suas mãos escorregavam
pelas minhas roupas afim de tira-las, eu não estava me controlando, ele logo me
puxou fazendo com que eu subisse nele, caminhamos até o sofá onde ele me jogou,
tirou minha camisa e começou beijando meu peito, tentei respirar e ele não deixava.
Ele estava
controlando tudo, tentei me sair, mas o meu corpo dizia para ficar, e não sei
se alguém consegue se controlar em uma situação dessas.

- que delícia,
estava com saudades de você – falou
Eu fiquei quieto,
não sabia o que responder, não deveria nem ter transado com ele, senti como se
tivesse traído o Isaque, como se tivesse feito alto errado.
- por que está
quieto? – falou me beijando
- algumas coisas –
falei
- entendo. Eu tenho
algo para você – falou levantando
Entrou em um
corredor eu o segui, entrei no quarto cuja a porta estava aberta, ele estava mexendo
numa gaveta, caminhei para perto dele e me sentei na cama. Ele me olhou e
colocou uns papeis em cima de mim.
- você pediu para
ficar de olho no meu pai, ele fez algumas transações semana passada, eu vi ele
assinando uns papeis e da última vez que ele conferiu as contas dele, o valor
era 5 vezes menor – falou
- o que você quer
dizer? – perguntei
- olha, você vai
ver que entrou uma quantia de meio milhão de reais na conta do exterior dele, não
sei onde ele conseguiu tanto dinheiro assim, - falou
- meu Deus, -
falei
- não sei no que
o meu pai está metido e não quero ver ele afundar a sua empresa, - falou
- eu fiquei
sabendo hoje que um carregamento de aproximadamente 1 milhão não foi entregue –
falei olhando os papeis
- só me avisa
antes se for fazer algo com isso, não quero ser pego de surpresa – falou
MUITO BOM, ACHO QUE O PAULO NÃO ERA SANTO, PELO JEITO ELE ESTAVA USANDO O FILHO DE UM DOS SÓCIOS PARA ESPIONAR O PRÓPRIO PAI.
ResponderExcluirOi querido! Adorei seu conto...como sempre surpriendente. Posta o setimo capitulo do identidade. Beijos
ResponderExcluirótimo
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