Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 7

Eu só sei que gelei, acho que todo o sangue do meu rosto havia sumido, não conseguia tirar uma única palavra da minha boca, ele ficou me olhando meio sem jeito e logo voltou a falar.

- eu sei que não deveria estar me metendo na sua vida, nem tenho esse direito, só que.... Eu conheço bem o Rick, sei como ele é e.... cuidado para você não se machucar – falou

- eu... eu sei – falei

- tudo bem então, você é grandinho e sabe se virar, me desculpe. Faça a ligação que te pedi e me avise se tiver algum problema – falou saindo

Ele fechou a porta, peguei a embalagem da camisinha no chão e corri para o banheiro, joguei no lixo, no quarto eu me sentei na cama por alguns segundos. Eu estava no chão com aquilo, como é que ele fala um negócio daqueles assim na cara dura.

Eu peguei o celular e liguei para a Adriana, marquei a reunião com a Vanessa e logo me aprontei. Na hora de voltar para casa, dentro do avião, ele ficou me olhando, Ricardo estava sentado ao lado dele e percebeu os olhares. Tempo depois saímos e a primeira coisa que o Ricardo fez foi vir em mim perguntando o que era aqueles olhares.

- não sei do que você está falando – disse

- claro que sabe, vocês ficaram se encarando dentro do avião – ele falou

- não é nada, sério – falei

- você não é bom em mentir e muito menos esconder coisas – falou

- acho melhor irmos ao invés de ficarmos conversando – falei

Continuei andando, entramos no carro e logo voltamos para a empresa. Trabalhei o dia todo, sem muita coisa para fazer, as coisas com Vanessa evoluíram muito, ela agora não falava comigo, me ignorava por completo, como se eu não existisse naquela empresa. E como se todo castigo para pobre não fosse pouco, alguns duas depois, o Caio me pediu para ir até a casa dele pegar um novo terno para que ele pudesse usar em uma reunião já que ele havia manchado o que estava usando. Assim eu fiz, peguei as chaves, o endereço e fui na inocência, a cara não era grande, era uma casa de tamanho médio, mas muito bonita e sofisticada, pedi a empregada que me mostrasse o quarto e ela me mostrou.

Entrei no quarto dele e no closet eu vi os ternos pendurados, todos bem passados, peguei o terno e quando estava saindo do quarto, quem aparece? Ela mesma, a dita cuja, me olhou como se quisesse me comer vivo.

- o que diabos você faz aqui na minha casa? – gritou

- o Sr. Caio me pediu para buscar um terno limpo – falei

- só pode estar de brincadeira, o Caio só pode estar querendo me enlouquecer – gritou

- me desculpe dona Vanessa, eu simplesmente estou obedecendo ordens do Sr. Caio – falei

- olha só rapaz, eu não sei o que o Caio viu em você, não mesmo, eu já não suporto a sua presença dentro da empresa, não vou suportar você entrando na minha casa, me devolve as chaves agora mesmo e tire as mãos desse terno, volte pra lá e diga ao Caio que, se ele quiser algo, ele que venha buscar – falou tomando o terno da minha mão

Eu peguei as chaves no bolso e dei a ela, caminhei em direção as escadas e quando estava descendo elas, um garoto estava subindo, ruivo, branquinho, lindinho ele, só poderia ser filho do Caio. Ele sorriu para mim e subiu.

Fora da casa eu entrei no carro e dei partida. Não iria brigar com ela, eu estava tentando não me estressar e nem perder o meu emprego. Voltei para a empresa depois de alguns minutos no transito e logo entrei na sala do Caio.

- que bom que você chegou.... Onde está o terno? – perguntou

- Sr. Caio, a dona Vanessa apareceu enquanto eu pegava o seu terno e tomou das minhas mãos junto com as chaves, me disse para ficar longe da casa dela e que, se o senhor quiser algo, que busque o senhor mesmo – disse

- ela só pode estar enlouquecendo – gritou batendo na mesa

Ele pegou o celular dele, discou um número e colocou no ouvido.

- olha Vanessa, cala a merda da sua boca, você está enchendo a minha paciência com essa sua idiotice.... Cala a merda da boca.... Eu que o mandei ai e você não tinha o direito de fazer isso…. Ele vai fazer o que eu disser e não o que você disser.... Olha quer saber? Vai pro inferno – desligou batendo o telefone na mesa

- o senhor precisa de mais alguma coisa? – perguntei

- pega o cartão que lhe dei, vai até uma das lojas e compre um terno novo, só não demora – falou pondo a mão no rosto

Ele estava realmente furioso, parece que as coisas entre os dois não estavam indo muito bem. Fiz o que ele pediu, comprei um novo terno e ele logo vestiu, dessa vez ele foi para a reunião sozinho, não precisou da minha pessoa o que me deu o direito de almoçar direito já que a maioria das vezes não comíamos nada.

Lá estava eu, inocentemente saindo para almoçar quando o Ricardo me parou no saguão do prédio.

- aonde pensa que vai? – perguntou me acompanhando

- almoçar – falei

- oba, posso ir com você? – perguntou

- o lugar onde eu almoço não é adequado a seu paladar – falei

- o que está insinuando? – perguntou

- que você não come comida a quilo, onde nós reles mortais da classe operaria costumamos almoçar – falei

- é verdade, eu não como, não por que não goste, mas enfim, não quer almoçar comigo? – perguntou

- não obrigado, fico com a comida a quilo mesmo – falei

- não seja chato, vem comigo – falou

- Ricardo, acho melhor não – falei

- você vive dizendo “acho melhor não”, parece que não sabe outra frase, deixa de ser chato, de bancar o drama e vem comigo – falou sorrindo

- eu sou um homem decidido e quando digo não, é não – falei saindo

Não iria ceder as tentações dele, até por que eu sabia onde ele iria me levar, direto pro abate. Almocei em um restaurante perto dali, junto com outros funcionários da empresa, inclusive, a conversa da roda era eu, começaram a perguntar o que acontecia entre mim e o Ricardo, que todo mundo sabia que ele adora meter e não se importa se é homem ou mulher, que estavam sabendo que dei uns pegas nele, pois é, falaram sem dó nem piedade e eu me calei feito Joana a virgem.