Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 9

Não sei se eu havia escutado certo ou se estava com problemas de audição, ele havia pedido ao meu pai para namorar comigo, e a única coisa que eu queria fazer era me jogar de uma ponte para não ver a cara do meu pai nesse momento.

Foram longos minutos de silencio, o que estava me deixando aflito e com meu medo do meu pai dizer algo que não iria vir a calhar.

- é.... bom.... O Ben é maior de idade, se ele quiser.... Quem sou eu para dizer o contrário – meu pai falou

- ótimo, obrigado – Ricardo falou apertando a mão do meu pai

- bom, agora vão senão fica tarde – meu pai concluiu

Eu não disse uma palavra dentro de casa, somente depois de entramos no seu carro, é que eu decidi me pronunciar.

- que merda foi aquela? – perguntei

- eu fiz o que toda pessoa normal faria – falou sorrindo

- eu não sou uma garotinha de 17 anos não, caralho, eu juro que fiquei com medo do meu pai enfiar a mão em sua cara – falei

- qual é, não precisa ficar nervoso, apenas pedi para namorar você – falou

- você me deixa nervoso instantaneamente, que saco – falei

- o importante é que você agora é meu – falou se inclinando para me beijar

- quem foi que disse que eu aceitei namorar você – falei

- eu pensei que você quisesse namorar comigo, sei lá, estamos saindo a um tempo já – falou

- olha, o problema não é você ou eu.... O que você acha que vão dizer quando souberem que estamos namorando? Você é praticamente meu chefe – falei

- quando é que você vai parar de dar atenção a opinião de pessoas que não te conhecem direito? – perguntou

- eu não quero ser taxado como aproveitador ou outros nomes dessa categoria, é isso que fazem com pessoas como eu, que se envolvem com pessoas como você – falei

- vamos deixar essa baboseira de lado, esquece esse povo, ninguém tem nada a ver com as nossas vidas, agora vem cá, quero te dar o primeiro beijo como meu namorado – falou se inclinando

Dessa vez eu não me afastei, nos beijamos de forma calma e gostosa, sua boca tem um gosto incrível e aqueles lábios macios encostando nos meus, fui longe.

Falando em ir longe, ele me levou para um restaurante próximo a praia, um restaurante de frutos do mar. Eu não iria negar que estava amando tudo, ele estava me tratando bem, com bastante carinho e claro, respeito, só que algo para mim ainda não estava certo, não sei.

A noite foi bem agradável, falamos de muitas coisas, logo depois fomos até a praia e nos sentamos na areia, ele ficou me olhando e nos beijamos bastante. Por volta da meia noite ele me deixou em casa, o meu pai estava trabalhando.

- eu tenho que ir – falei

- por que não dorme comigo hoje – perguntou me abraçando

- não, se meu pai te pega aqui de manhã, nem sei o que ele é capaz de fazer – falei

- e quem disse que é aqui, por que não dorme no meu apartamento hoje, seu pai está trabalhando, vai ficar em casa sozinho? – perguntou

- já está querendo me levar para o abate? Quanta delicadeza – falei

- qual é, não é nada disso – falou sorrindo

- eu não sei – falei

- é só dormir comigo, não morar – falou sério

- tudo bem, com a condição de que você me traga aqui para que eu possa pegar o carro pela manhã – falei

- faço melhor, te deixo na empresa e peço para virem buscar aqui – falou sorrindo

- tudo bem, eu vou pegar minhas coisas – falei saindo de perto dele

Abri a porta de casa e ele ficou me esperando encostado no carro. Subi para o meu quarto correndo e coloquei roupa em uma mochila e coisas pessoais, desci e tranquei tudo. Ele ficou sorrindo e mordendo o lábio inferior, mandei uma mensagem para meu pai que respondeu com uma carinha sarcástica, apenas deixei de lado.

Assim que chegamos ao seu apartamento, deixei minhas coisas no sofá e me sentei nele, ele entrou indo direto para a cozinha e voltou de lá com um copo de água nas mãos.

- o que foi? – perguntou

- sei lá, a última vez que estive aqui, não lembrei do que aconteceu na noite anterior – falei

- é chato não é? – falou

- demais – falei levantando

Peguei minha mochila e caminhei em direção ao quarto. Ele me seguiu, coloquei ela em cima da cama e o olhei, não sei o que estava dando em mim, mas não estava me sentindo bem, outro em meu lugar estaria agarrando ele e o beijando de todas as formas possíveis, eu só conseguia me sentir mal e ele parecia estar vendo isso.

- quer que eu te leve para casa? Pelo visto não está bem – falou

- não, não é nada – falei sentando

- eu sei que eu fui rápido demais com esse negócio de namoro, se quiser podemos ser apenas amigos mesmo, vejo que você não está se sentindo bem – falou

- não é isso, eu quero namorar você, quero mesmo, vamos esquecer isso tudo bem? – falei me levantando e sorrindo

- não, eu acho melhor eu te levar para casa – falou

- Ricardo, tudo bem, não precisa – falei

- eu cometi um erro achando que teria uma chance com você, mas não consigo, aposto que se fosse o Caio você não estaria desse jeito – falou

- do que você está falando? – perguntei

- isso está claro Ben, desde que eu pedi a seu pai para você namorar comigo você está estranho, de repente você começa a sorrir e a esquecer de tudo e quando chamo você para vir a meu apartamento comigo você fica desse jeito, eu sabia que você tinha uma queda pelo Caio, mas não achei que fosse tanta – falou

- não é nada disso, eu não sei nem de onde você tirou isso, pelo amor de Deus – falei

- eu acho melhor pararmos por aqui antes que alguém se machuque, me desculpe se eu invadi a sua vida rápido demais – falou saindo do quarto