sexta-feira, 18 de julho de 2014

A Identidade - Capitulo 9



Quem disse que não podemos nos sentir responsável pelos erros alheios está enganado, eu não sei o que estava rolando dentro daquela empresa, mas se eu tiver cuidado, em pouco tempo serei mais do que um simples funcionário.
- preciso que saiam da minha sala – falei
- o que? – Tiago perguntou
- saiam daqui. E chama o Sérgio, - falei sentando
- eu só quero saber o que está acontecendo com você. Desde que voltou do Canadá está com essa coisa de ser moralista, de querer impor vontades. Essa empresa chegou até aqui não foi com ética não, foi com trabalho duro – Celina falou
- e vai continuar tendo trabalho duro, só que eu não vou bancar o capacho de ninguém, não vou sair por ai tirando a vida de milhares de pessoas só por que um par de pessoas mimadas e acostumadas a usar Gucci estão com vontade de aumentar o brinquedo, sinta-se à vontade para deixar essa empresa, sabe que os meus desejos de comprar suas ações são enormes – falei
- você realmente mudou muito Paulo, - falou
- mudei mesmo. Perdi meus pais, perdi uma vida e tudo isso por causa de negócios como esses que estão tentando fazer, agora por favor, quero falar com o Sérgio – falei
- tudo bem, vamos sair. – ela falou
Eles abriram a porta e saíram. Eu tinha que fazer algo a respeito ou não iria conseguir manter a promessa que fiz a Sandra, e o que seria deles? O Sérgio entrou na sala todo calmo e sorridente, pedi que fechasse a porta.
- me chamou? – perguntou
- obviamente, precisamos conversar um pouco – falei
- pode falar – disse se sentando
- você poderia me explicar o que você está tentando fazer roubando da empresa? – perguntei
- o que? Como assim? – perguntou
- não seja estupido. Cheguei o seu extrato bancário a algum tempo atrás, lembra da carga que foi acidentalmente perdida? Pois bem, entrou metade do valor na sua conta e creio que você não tem investimentos que paguem tanto – falei
- você andou vigiando minhas contas? – falou alterado
- sim, assim como a de todos os outros acionistas aqui, vai me dizer o que está acontecendo? – perguntei
Ele sentou-se novamente, começou a rir sozinho e alto. Fiquei sem entender o que estava acontecendo.
- isso não é piada – falei
- bom, pra mim é. Você quase me convenceu sabia? – falou
- o que? – perguntou
- quase me convenceu que era mesmo o Paulo. Hora essa, acha que eu sou idiota é? Eu sei que você é só uma imitação barata daquele filho da puta do Paulo, sorte minha que ele está morto. Eu cansei de você ficar bancando o tirano aqui dentro – falou
- você é louco sabia? – falei
- louco? Quem você acha que mandou ir atrás do terreno em? eu sei que você morava lá antes do imbecil do Joaquim ir atrás de você, sei que não passava de um pobre que vivia dentro de um restaurantezinho mesquinho, agora eu acho bom você esquecer esse pequeno deslize e eu não conto para todo mundo que você não é o Paulo – falou
- está maluco? Acha que alguém vai acreditar na sua bobagem? – falei
- e quem não iria? – perguntou
- tudo bem, eu confesso. Não sou o Paulo, só quem, temos muito mais do que só o rosto em comum, nosso sangue digamos que é igual ou seja, se for exame de DNA, vai dar no mesmo, o Augusto que vivia naquela vila, está morto, no máximo você vai conseguir um vexame enorme e muitos anos de cadeia pela fraude – falei
- e se por acaso eu enterrasse você junto a seu irmão em? – perguntou
- acha que me mete medo? Você conhecia o Paulo e não a mim, eu nasci sem dinheiro e agora que tenho posso fazer muita coisa, agora, ela perdoou o seu “deslize”, se você parar as obras e procurar outro lugar para construir – falei
- você é mesmo diferente dele, o Paulo se cagaria de medo só de falar comigo desse jeito, tenho que admitir, você é ambicioso – falou
- o Paulo fazia muito mais coisas do que você imagina, agora por favor não venha me ameaçar novamente ou vai ser você quem vai comer capim pela raiz, e não é um ditado. Sai daqui, já estamos conversados – falei
- isso não vai ficar assim – falou sorrindo
- claro que não, - falei
Ele saiu da sala achando que eu não estava com medo, mas eu estava me cagando de medo, quase borrado. Ouvir ele assumir que mandou matar o Paulo me deixou triste e com medo, com muito medo dele tentar algo.
Peguei o meu celular quase tremendo, liguei para o Joaquim que novamente demorou a atender;
- que é – perguntou

- eu estou quase enfartando de medo aqui, mas eu sei quem mandou matar o Paulo - disse
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5 comentários:

  1. Acho que ele não devia confiar tanto no Joaquim, posso até está enganado, mas ele também tem seus segredos ainda para serem revelados. E o conto continua excelente.

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  2. esse sérgio é perigo o augusto tem que se cuidar.

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  3. o conto continua maravilhoso!! Parabéns..

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  4. Amando essa historia ta cada vez melhor .

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