Meu Chefe, Minha paixão - Capitulo 18

- Qual é, já tem uma semana, você tem que superar isso – Lucas falou me dando um murro de leve no braço

- não consigo, as vezes eu acho que deveria ter ido com ele, seria bem melhor – falei

- você escolheu seguir com seu futuro, ele entendeu e pronto, falta apenas mais alguns meses de curso, se você quiser pode ir encontrar ele depois – falou

- depois? Depois que ele tiver casado? O Canadá tem muitos gays lindos, bem sucedidos, não vai demorar para ele se arranjar – falei

- qual é, levanta essa bunda daí vai – ele gritou

- tudo bem, eu levanto. Só queria me sentir mal um pouco sabe, eu senti algo pelo Luiz, mas não era o que eu esperava – falei levantando

- você é um cretino – ele disse rindo

- falando sério, acho que seria uma boa ter ido com ele, mas fui covarde – falei

- não, você decidiu apenas ficar e seguir sua vida. – ele disse

- pode ser por esse ângulo, mas por outro eu fui covarde – falei

- enfim, temos alguns meses antes do desfile final, a Ashley me disse que já tem um conceito e isso é bom, o que nos toma menos tempo – falou 

- sério mesmo, é a nossa única chance de conseguir algo grande com esse desfile – falei

- entendi boss, agora vamos que a nossa professora nos espera – falou

 Eu queria mesmo dizer que eu estava para baixo, que estava me sentindo mal pelo Luiz ter partido, parte de mim dizia apenas que seria bom pra mim ter ido, mas há outra parte, bem mais forte que diz que eu fiz a escolha certa em ter ficado, e não consigo sentir que eu o perdi, não sei o que fazer;

Na nossa aula daquele dia, tivemos aula de costura novamente, fiz alguns vestidos dos meus croquis, a professora dizia que estava bom, mas eu queria algo excelente, algo que eu sentisse que realmente valia apena usar com muito gosto.

Tivemos que fazer também toda a preparação do desfile, como atividade final, as turmas seriam divididas em grupos de 5 pessoas e elas teriam que organizar um desfile com desenhos próprios para quem sabe, conseguir contratos com os olheiros da moda que viriam ao evento, o que me deixou animado a desenhar, assim como o Lucas que não parava de fazer desenhos.

A medida em que os dias iam passando, eu ia imaginando o que estaria me esperando mais à frente. Entre ir ao curso, sair com os amigos para festas, ir a eventos estava me deixando totalmente acostumado com uma realidade que eu não tinha, e se eu disse que entre tudo isso eu não pensei no Ricardo, estaria mentindo, ele via em meus pensamentos várias e várias vezes, aquela boca rosada, aquele corpo lindo sobre o meu era o tema dos meus sonhos, era o desejo do meu corpo, me sentia sujo e feliz ao pensar nele depois de tudo o que fiz, mas não conseguia controlar.

Seis meses mais à frente, foi anunciado que faríamos uma excussão por alguns países, para visitar as diversas culturas relacionadas a moda, a forma de se vestir, e só ai seria decidido o conteúdo final do desfile, o que teríamos que enfrentar. Toda essa viaje ficou por conta do curso e claro, a Maria ficou como nossa orientadora. Lucas fiou tão eufórico com essa coisa de excussão que acabou esquecendo os desenhos dele em Londres. Primeiro passamos pela França, vimos toda aquela sofisticação e todo o romantismo, a forma elegante como os homens se vestiam, como as mulheres seduziam os homens, as roupas mais populares. Em seguida, passamos pelo Estados Unidos, a coisa por lá era mais eclética, havia de tudo, punks, metaleiros, patricinhas, badboys, nerds, tudo misturado, nos melhores eventos vimos as grifes que abalam o mundo da moda como Armanni, Gucci.

Não foram somente esses dois países. A viagem seria encurtada devido a uma emergência que houve em Londres, teríamos um outro destino no lugar da coreia, iriamos para o Brasil, eu quase enfartei quando a Maria me disse isso, meu coração bateu tão forte que eu quase morri.

O susto foi grande, eu não queria voltar, não tão rápido, mesmo que fosse de passagem, eu propôs até dar aula de cultura brasileira se voltássemos para Londres, mas não teria como, a direção do curso foi bem clara.

Quando eu vi o avião pousando, foi como se meu mundo estivesse desabando, tudo em cima da minha cabeça. Fomos recebidos e levados até um hotel, fiquei com o Chad no quarto e iriamos dividir, o problema é que só tinha camas de casal, enfim.

- então.... Não tem problema se.... Eu dormir de cueca?  – falou

- não, claro que não – falei sentando

- Sure, Thank you – disse sorrindo

- você fala muito bem o português – falei sentado na cama

- já vim aqui algumas vezes, e gosto de espanhol, é quase igual – disse meio embolado

- ér, nem tanto mas, é um começo – falei sorrindo

- então.... Você e o.... Lucas, são namorados? – perguntou

- o que?  Não.... Claro que não, o Lucas é um amigo – falei

- hum.... Então você está solteiro? – perguntou

- sim, é – falei

- eu vou.... Vou tomar banho – falou caminhando até o banheiro

O Chad é um cara legal, corpo bonito apesar de não ser malhado, é o típico jovem que nasce com um corpo bonito e atraente, de família inglesa é bem bonito e fofo digamos assim.

Sorri comigo mesmo ao reformular a pergunta dele, apenas deixei passar. Chegamos e já era noite, então não tivemos muita coisa para aproveitar, fomos logo dormir. No dia seguinte eu acordei e ele estava desenrolado, do meu lado de cueca e com um rosto lindo, me levantei, tomei um banho, fiz minhas higienes e vesti uma roupa.

Estava saindo do quarto quando encontrei a Maria no corredor.

- já ia chamar vocês, temos um passei pela praia de Copacabana, iremos fotografar o lugar – ela disse

- eu pensei em ir visitar o meu pai antes – falei

- você.... Você vai visitar o seu pai? – perguntou

- é, faz bastante tempo que não nos vemos, bom, não sei se ele está em casa ou está trabalhando, mas enfim – falei

- tudo bem, nos encontre na praia – falou

- obrigado – falei sorrindo

Sai do hotel e chamei um taxi, dei o endereço, fui pensando na surpresa que o meu pai teria só de me ver, eu nem sei o que iria dizer, mas eu estava morrendo de saudades dele. Cheguei à frente da casa, desci do carro e paguei o taxi, bati na porta algumas vezes e nada dele abrir, pensei que estivesse dormindo então continuei batendo até que alguém abriu, era uma mulher, com seus quarenta e poucos anos por ai.

- posso ajudar em algo? – perguntou

- estou procurando o Breno, ele está? – perguntei

- na verdade está trabalhando, você quem é? – perguntou

- sou o Bernardo, filho dele – falei

- a, sei.... Pensei que estivesse em Londres – falou

- estou em excussão com o pessoal do curso, - falei

- entendi. Bom, ele deve estar trabalhando, se quiser eu aviso que veio – ela disse

- eu vou até a delegacia, não se preocupe – falei

- tudo bem. Deixa eu ir, tenho muito serviço – falou

- ok.

Me despedi dela e sai. O taxi havia ido embora então, teria que arrumar outro. Caminhei por longos minutos até achar um taxi, meu celular havia descarregado, cheguei a praia e comecei a caminhar procurando o pessoal, de longe eu vi um tumulto e policiais correndo para perto, avistei o Lucas no meio e corri para saber o que estava acontecendo.

Lucas estava brigando com um rapaz, eu não entendi o porquê, mas os policiais separaram, me aproximei da Maria que logo se conteve ao saber que estava tudo acabado, os ânimos foram se acalmando e eu vi o meu pai por coincidência segurando o braço do Lucas.

- não acha melhor ver o que estão falando? – perguntei

- tem razão – ela disse

Nos aproximamos deles.

- oi pai – falei

- Bernardo? – falou me olhando

- oi – falei

- quando voltou? – perguntou

- eu cheguei ontem, estamos de visita – falei

- que saudade eu estava de você cara – falou me abraçando

- também, muita e volto daqui a dois dias – falei

- no final do ano você vem embora não é? – perguntou

- creio que sim.... A pai, essa é a Maria, minha professora – falei

Ele olhou pra ela estendendo a mão e logo tirou a mesma quando a via, ele parecia surpreso.

- isso é uma piada? – ele perguntou

- o que? – perguntei

- sua mãe é sua professora? – ele gritou