quarta-feira, 4 de junho de 2014

A Identidade - Capitulo 3


Ai me vem à cabeça, como assim você vê um homem lindo desses e pensa isso? Primeiro que aquele era/é o namorado do meu falecido irmão, aquele que estava estirado em uma cama, o qual eu deixei no necrotério e que nesse exato momento estava sendo enterrado como eu. Ele se aproximou de mim e me abraçou, cheiroso a um nível desigual, braços fortes e totalmente encantadores, me abraçou firme e eu retribui, pensei que ficaria apenas no abraço, ele segurou meu rosto e beijou minha boca, enfiou a língua em minha boca e logo iniciou um beijo que eu não tive como retribui, pois havia ficado assustado, foi então que ele me olhou.

 - o que foi? – perguntou
- eu... eu estou cansado, muito cansado – falei
- me desculpe, eu nem percebi, estava com muitas saudades de você – falou
- também, muitas saudades – falei olhando ele
- é impressão minha ou você está diferente? – perguntou
- eu? Imagina – falei
 - está sim, parece mais magro e o rosto um pouco mais fino, bom, deve ser efeito da academia, você não é de fazer exercícios e parece que está começando a fazer efeito – falou
- pois é, deve ser isso sim – falei rindo
- Isaque, você se importa se formos lá pra cima? Tenho coisas para acertar com o Guto,
- falou Joaquim
- tudo bem, está no meu horário de trabalho, eu vou indo nessa – falou me dando um selinho

 Ele sorriu, cumprimentou o Joaquim e saiu. Subimos as escadas que por sinal não eram pequenas, entramos em um quarto, quer dizer em uma casa dentro de uma casa, pois o quarto é muito grande, enorme. Não que eu nunca tenha visto um, já vi, mas aquele era grande, uma cama grande e linda, todo arrumada, banheiro, mesa de trabalho com computador, livros, e o que eu mais me impressionei, foi o closet, era roupa que não acabava mais, era quase uma sala, haviam cabides e gavetas, um lado com o nome do Paulo e o outro com o do namorado Isaque. Joaquim ficou me olhando da porta, eu me aproximei dele.

 - precisamos praticar – falou
- praticar, o que? – perguntei
- vem cá – falou andando

 Segui ele que fechou a porta do quarto e trancou, sentou- se na cama e me mandou sentar ao lado dele, pegou uma bolsa que eu nem sabia de onde tinha saído e tirou algumas fotos de dentro.

 - você é bom em memorizar? – perguntou - mais ou menos, fiz algumas aulas de teatro quando era pequeno – falei
- tudo bem. – estirou as fotos na cama
- esses aqui são Celina Ferreira, Tiago Dogger e Sérgio Fortunado, são acionistas da empresa, acionistas principais pois os secundários não aparecem e nem opinam em nada, apenas investem e esperam os lucros. Você tem que tomar bastante cuidado com esses três, muito cuidado. Com o tempo você vai aprender mais sobre eles, o principal é conhece-los.

 - okay – falei
 - essas são, Melissa, sua assistente pessoal, e essa outra loirinha aqui é a Camila, secretaria da Celina, as outras duas, o Paulo nem sabia o nome, então não interessa saber agora – falou

 Ele foi me mostrando as fotos das pessoas, confesso que era muita gente para um dia só, não sei quantas vezes e fiquei vendo e revendo as fotos, tanto das pessoas da empresa, quando da casa. Mas ainda eu estava preocupado com a Sandra, tinha que arrumar um jeito de contar a minha amiga, não poderia deixar ela daquele jeito, precisando de mim sabendo que eu poderia ajuda-la, seria desumano da minha parte.

 - você entendeu quem é quem? – perguntou
 - sim, creio que sim – falei - olha, eu sei que isso tudo é repentino, mas é para um bem maior
 - um bem maior? A única coisa que eu estou pensando agora é na Sandra que deve estar feito louca – falei
 - se você confia tanto nela, você pode contar a ela depois, mas não agora, dá um tempo está bem? – falou
 - fico mais tranquilo assim. Mas me fala sobre o Isaque, como eles se conheceram, o que ele faz e me diz uma forma de terminar com ele, não vou dormir com o namorado do meu irmão morto – falei

 - você não pode terminar com ele, seria muito na cara. O Isaque e o Paulo se amam de um jeito que eu nunca vi igual, se conheceram quando o Paulo tinha 15 anos, foram colegas em um colégio interno e desde então estão juntos. O Isaque é médico, trabalha em um hospital particular – falou

 - eu não vou dormir com ele, beijar ele e fazer sabe lá Deus o que mais, não consigo – falei
 - você também é gay, não deve ser difícil, vai me dizer que não sentiu tesão no Isaque? Todo bonito, arrumado, malhado – falou

 - uma coisa é sentir tesão e outra e ter ele na mesma cama que eu, só consigo imaginar o Paulo ali e não eu, não dá, sinto muito – falei - tudo bem então, vamos dar um jeito nisso depois, vai fazendo o que puder para enrolar ele, depois ajeitamos isso – falou - não quero magoar ninguém – falei

 - não vai. Agora vamos ao que realmente interessa. Eu já lhe dei os documentos do Paulo, agora vou lhe dar os cartões, as senhas do banco e quero que você treine a assinatura dele. Você pode gastar o quanto quiser e não se esqueça que agora você tem que se acostumar com o melhor de tudo – falou

 - não vai ser difícil, quem é que não iria querer ter uma vida dessas? Cheia de coisas, sem se preocupar com a fatura do cartão de cretino no final do mês, sem se preocupar em pagar o aluguel para não ser despejado. – falei olhando para ele

 - acho que você consegue dar conta, além do mais, você é o único parente de sangue dele vivo, de qualquer forma isso aqui é tudo seu – falou

 - me diz uma coisa? O que você faz em? Me falou de todos menos de você – perguntei

 - eu conheço o Paulo desde que me entendo por gente, meu pai é dono de um banco que é ligado a empresa, nossos pais sempre foram muito amigos. Eu sou presidente do banco e faço faculdade de administração de finanças e empresas – falou

 - interessante, rico, bonito, tem tudo o que precisa e o que não precisa – falei

 - bom, eu vou indo nessa. Mas antes eu quero te dizer algo que não pode faltar, o Paulo abriu um processo de adoção, ele e o Isaque queriam adotar uma menina e isso já faz dois anos, mas caso apareça alguma assistente social ou coisa do tipo, você já está sabendo para o que é – falou

 - isso só pode ser brincadeira né? Por que não me disse antes, eu terei pulado fora – falei

 - qual o problema? – perguntou - olha só, eu não sei cuidar de mim, quanto mais de uma criança, - falei

 - não se preocupe, tudo indica que não irá dar em nada a adoção, já que a criança nem brasileira é. Agora eu vou indo, tenho te trabalhar, qualquer coisa me ligue, e eu mandei trocar todas as peças intimas do Paulo, não se preocupe – falou

 Ele apertou minha mão e logo saiu. Fiquei olhando aquele quarto e depois me dispus a olhar todas as fotos novamente e decorar o nome de cada um, estava sozinho e com um certo medo. Comecei a fuçar as gavetas da cômoda, do criado mudo, encontrei muita papelada da empresa, fotos dele e o Isaque.

Encontrei até uma caixa que havia detrás das roupas dele com alguns consolos, correntes, algemas. Eu fechei a porta do quarto, entrei no banheiro e me despi, abri o chuveiro e me enfiei embaixo, tomei um banho demorado, fiquei imaginando como estava a Sandra naquele momento, pensando que eu estava morto, me enterrando. Sai do box daquele banheiro enorme, enrolei a toalha na cintura e sai do banheiro, olhei para frente e lá estava uma mulher morena em pé perto da cama.

- o senhor gostaria de comer algo? Não comeu nada desde que chegou – falou
 - sim, claro – falei olhando para e tentando lembrar o nome da foto
 - o que gostaria que eu fizesse para o seu lanche? – perguntou

 - você pode trazer o de sempre, eu preciso descansar um pouco depois – falei - tudo bem, já lhe trago – falou

 Eu sorri e ela saiu, nem mesmo lembrei o nome, tive que olhar na foto novamente. Ela trouxe minutos depois um sanduiche de peito de peru com um suco de graviola. Comi e deixei a bandeja em cima do criado mudo, me deitei na cama e fiquei segurando o celular, olhando para ele e querendo discar o número da Sandra.

 O dia passou rápido, fiquei no quarto a tarde toda já que não sabia o que fazer a partir dali, estava sem rumo. A noite chegou rápido, estava deitado na cama quando senti alguém deitar atrás de mim e beijar meu pescoço.

 - boa noite – falou Ele levou a boca dele até a minha e eu não poderia escapar, tive que beija-lo e gente, que beijo, que beijo.

Descrição: Olhos azuis, cabelos loiros cortados baixo e penteados, branquinho, rosto largo, fino, muito bonito mesmo, meu Deus, aquele homem foi tirado de uma revista, ou foi encomendado, só pode. Depois daquele beijo e do aperto que ele deu na minha bunda, sim, ainda teve isso, ele apertou minha bunda enquanto me beijava. Ele me olhou:

 - descansou? – perguntou
 - sim – falei
 - ótimo, por que eu estou com muitas saudades do seu corpo, do seu cheiro, do seu beijo – falou deslizando as mãos sobre mim O que eu vou fazer em? ceder ou correr dele?
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