terça-feira, 3 de junho de 2014

Meu Hétero Favorito - Capitulo 12





Pela primeira vez na minha vida, eu soube o que era sentir raiva de verdade, e a raiva que eu estava sentindo, era daquele tipo que só de passar um do meu lado eu já matava. Não estava conseguindo acreditar que em plena luz do dia eu havia sido roubado, e em pleno domingo.

Eu comecei a gritar desesperado, queria correr atrás do imbecil mas não dava, se bem que eu até tentei mas não precisou dar nem o terceiro que eu já estava gritando de dor e gritando para que ele devolvesse meu celular, era inútil ele não iria devolver, e o pior de tudo é que eu demorei um tempo para pagar aquele celular, comprei com meu primeiro salário, dividi e agora foi levado de mim, e o que eu faria sem celular?
Algumas pessoas que estavam na entrada do meu prédio saíram para ver o que acontecia e eu expliquei, falaram que iriam ligar para a polícia, que eu poderia fazer um B.O, juro gente, não é menosprezando o país que eu tanto amo, mas se a polícia não acha assassinos que cometem suicídios graves e o pior de tudo, estupradores, imagine um mero ladrão de celular?
A segurança em nosso país está cada vez mais escassa, assim como muitas outras coisas que se eu fosse falar levaria mais de um ano escrevendo. Tudo bem que tem muita coisa boa, muitos benefícios e tals, mas em relação ao que tem de ruim, não chega nem perto. Mudando de assunto, pedi para que deixassem para lá, além do mais, foi tudo tão rápido que eu não consegui ver o rosto do filho da puta.

O bom é que ajudaram a colocar a mala no elevador, eu entrei e subi para o meu AP.
Mal entrei e já vi a bagunça que havia ficado, queria chorar mais ainda, em pensar que todo o trabalho de deixar as coisas organizadas era em vão quando o Fábio estava em casa, e a perda dos meus contatos da lista telefônica me deixava mais triste ainda.
Depois de algumas horas, já tomado banho, descansado e finalmente noite, eu estava só de cueca em casa e havia me esquecido que havia convidado o Breno para jantar comigo como agradecimento, já que não poderia agradar de outra forma, bem que eu queria, meu corpo queria, tudo em mim queria, mas não podia, injustiça, não estava nem podendo afogar minhas magoas naquele corpo delicioso.

A campainha tocou e eu me arrastei até a porta com um pote de sorvete de flocos com coco, meu favorito claro, abri a porta e lá estava ele, lindo, com uma camisa branca gola V, uma calça jeans e um perfume que deixa qualquer um excitado.
- Breno? – perguntei
- eu te liguei mas você não atendeu, resolvi vir – falou rindo de ladinho
- me desculpe, eu esqueci do jantar e em relação a ligação eu fui roubado, na frente do prédio assim que você saiu – falei
- te roubaram? Como aconteceu? – perguntou
Pedi para ele entrar e contei o que havia acontecido, ele conversou meio sério e depois abriu um sorriso lindo, tomou do meu sorvete e conversamos um pouco, só quando ele insinuou que deveríamos sair para comer algo foi que eu percebi que estava somente de cueca.

- eu acho que vou me trocar – falei
- se quiser pode ir assim, está ótimo –falou rindo
- não... prefiro vestir algo – falei
- ou quem sabe, podemos pedir algo e comer por aqui mesmo, já que você está com o seu joelho machucado – falou
- não está tão dolorido assim, foi só uma raladura boba – falei
- acho que você nunca jogou futebol, ou caiu na sua infância – disse sorrindo
- por que?
- por que, ralar o joelho, ainda mais em uma calçada, é uma das coisas mais doloridas que existe, sem contar que dor no joelho é muito ruim – falou
- hum, então você joga futebol? – perguntei
- de vez em quando, não muito – falou
- bom, então você é quem decidi, se quiser podemos pedir algo pra aqui mesmo – falei
- acho melhor, além do mais, você parece confortável de cueca – falou rindo
- demais – falei rindo
Ele pediu comida chinesa, achei divino e ele ainda pediu um vinho branco, dizia ser ótimo para acompanhar. Enquanto a comida não chegava, ficamos sentados conversando e ele falando coisas sobre ele, falei sobre mim, aquelas coisa que falamos quando estamos em um encontro com alguém sabe. Só que a noite estava sendo cruel comigo, eu só conseguia pensar no Fábio, naquele idiota, tentei algumas vezes não pensar nele, mas toda vez que eu falava algo da minha vida que era engraçado ou até mesmo triste, ele sempre estava nas lembranças.
Acho que tínhamos compartilhados mais do que uma casa, eu pelo menos, sabia muita coisa sobre ele, coisas que ele gosta e o que ele detesta, fiquei triste é claro, mas nada que não se resolvesse.

A comida enfim chegou, ele pagou e sentamos na sala para comer. Mandei ele ficar à vontade e ele tirou os sapatos e a camisa, ficando apenas com a calça, eu queria que ele ficasse mais à vontade, bem mais.
Comemos, bebemos e eu estava até soltando umas piadinhas sexuais pra cima dele, não verdade eu queria partir para o ataque, mas a dor sempre me lembrava que eu tinha algo me impedindo. Passei longos minutos pensando em algumas posições que poderiam ser feitas sem que eu machucasse o joelho, mas foi em vão, não sabia nenhuma que servisse. Todas elas terias de que alguma forma buscar um pouco de esforço da perna e consequentemente do joelho, chorei.
A noite foi longa, conversamos bastante e eu fiquei até animado, não por que estava com aquele homem lindo ali, quer dizer, também, quem não ficaria, mas por que eu consegui deixar o Fábio de lado e aproveitar a noite que havia sido me dada.
Ele foi embora pois teria que trabalhar no dia seguinte, segundo ele, fotografo não tem dia para trabalhar, era de domingo a domingo e ele estava com várias sessões de fotos para fazer.

O início da semana foi tranquilo, meu joelho já estava melhor, muito melhor. Sai com o Breno mais umas duas vezes, não sei se significava o início de um relacionamento, que poderia dar certo, mas como disse antes, é difícil se ter um relacionamento quando se pensa em outro. Eu gosto do Breno, muito e ele é sempre um cara gentil comigo, não só pelos atributos físicos bem distribuídos e que ele usa com bastante sabedoria (pareço um pervertido sexual), mas pelo fato dele ser bastante amável comigo.
Se bem que uma pegada bem forte, uma chupada gostosa e umas estocadas violentas de vez em quando não fariam mal, pelo contrário, me deixaria ainda mais gamado.
Poderia dizer aqui que eu sou um idiota, não já usei idiota demais, um retardado por ficar pensando em um cara que deve estar socando sua vara linda em alguma puta, mas fazer o que né? Essas coisas são como aquelas músicas ruins que não saem da nossa cabeça e atrapalham as músicas boas de ficar, tipo isso.

Quarta feira, exatamente ás 14 horas, não sei se mencionei antes, mas eu tenho uma amiga, a Sara, é uma amiga da faculdade, ela faz o mesmo curso que eu e apesar de ter bastante gay na minha turma com quem eu com certeza teria momentos divinos, eu prefiro sair por ai com a Sara, e já ia me esquecendo do Sergio, ele é gay, não é afeminado, faz medicina e é um cara magro e gostoso, se não fosse passiva, juro que já tinha atacado.
A sara estava no meu AP, estávamos conversando e como sempre eu estava palpitando na sua vida amorosa, ela sempre me pedia conselhos, apesar de que alguns não valiam nada e outros eram apenas conselhos de felicidade, tipo, mandar ela por uma roupa bem mais justa e se jogar na noite, fazer um oral no banheiro da faculdade pra sentir o gosto de outro homem, ou até mesmo liberar a xaninha, lembrando que ela tem namorado, eles namoram desde o colégio e ele foi quem meteu nela pela primeira vez, que esse negócio de perder a virgindade não é lá tão verdadeiro assim.

O negócio é, quem meteu primeiro e quem meteu depois. O fato é que ela estava lá, dizendo que o namoro havia esfriado mais uma vez e que não havia nada que ela pudesse fazer para o brinquedo dele subir como antes. Tadinha, deve ser deprimente ter um brinquedo e não poder brincar quando tiver vontade. Mas, como sou um ótimo conselheiro, apenas disse:
- tenta enfiar um dedo no cu dele, vai ver ele se excite com isso – falei
- eu já ofereci o meu a ele, e sabe o que ele disse? Que quem dava o cu era viado e puta – falou
- mal sabe ele que você é profissional – falei
- jamais, nunca dei pra nenhum outro homem – falou
- você já usou vários consolos que eu sei, inclusive aquele de 30cm, negro e lindo que você comprou ano passado, isso é treinamento, você está uma verdadeira profissional – falei
- não vou viver de consolo né? Ele parece não se importar mais comigo, passamos mais tempo vendo televisão do que transando – falou
- vou te falar algo, não se ofenda. Das duas uma, ou ele está te traindo, ou está com medo de se assumir, por que meu amor, o sonho de todo homem é comer o rabo da mulher, abre o olho – falei
- pior que o Sergio me disse a mesma coisa – falou

- não te disse, eu odeio esses homens que ficam se fingindo de macho e no final das contas adoram transar com um gay, isso acontece todos os dias, ainda mais em pleno século 21
Acho que foi uma das piores coisas que eu falei, eu fiquei vermelho, roxo, laranja, nem imaginei que ele estava ali, até por que não ouvi a porta abrindo, estávamos sentados no sofá conversando, eu de costas para a porta e ela de frente pra mim. Quando olhei para trás Fábio estava parado me olhando.
- boa tarde – falou entrando
- boa tarde Fábio – ela falou sorrindo

Ele passou direto e não falou comigo. Que infantilidade, quanta ignorância, juro que chorei por dentro querendo que ele voltasse e falasse comigo, mas ao invés disso ele fugiu pro quarto sem falar comigo, eu nem esperava ele ali.
- o que está acontecendo em? o clima está estranho – perguntou
- se eu te contar, você vai dizer que sua vida é um mar de rosas – falei
- sério? Fiquei curiosa, fala – disse
- acho melhor irmos pro meu quarto conversar – falei sorrindo

Mas na verdade eu estava era triste por dentro. Minha paz havia acabado, literalmente havia acabado, eu não sei se teria que enfrentar um Fábio com raiva, ou um Fábio que me daria um gelo, que pelo visto demoraria a derreter. 
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