quinta-feira, 3 de julho de 2014

A Identidade - Capitulo 8



Ver a Sandra daquele jeito me fez ficar aflito, eu queria entender o que ela estava passando e em que eu poderia ajudar, só que ali naquela casa, tudo parecia ter ouvidos. Sei que ela não iria aceitar ir a outro lugar, não depois do que eu fiz, o jeito foi arriscar.
- o que aconteceu? – perguntei caminhando
Me sentei na cadeira atrás da mesa e fiquei olhando para ela.
- eu não vim aqui por que decidi ajudar você nessa.... Coisa ai, vim apenas pedir sua ajuda, desde que você foi embora o pessoal não se mobilizou mais para fazer todas aquelas coisas que você fazia frente à prefeitura, agora eles querem que deixamos a vila para construir prédios comerciais – ela disse
- novamente essa história? Novamente estão querendo comprar a vila – falei
- você é o único que eu conheço que pode ajudar – ela disse
- Sandra, não sei como fazer isso – falei
- pare a sua empresa, peça a eles para nos deixar em paz – falou
- como assim? O que a ID tem a ver com isso?  – perguntei
- vai me dizer que não sabe? Você ficou cego também? Ou já esqueceu de onde veio? – perguntou
- não, eu não estou sabendo de nada disso.... Olha, eu prometo que vou verificar, vocês não vão perder a vila – falei
- você já me tirou o meu irmão, meu amigo, não me tire a minha casa também – falou
Ela me olhou por alguns segundos, abriu a porta e saiu. Respirei fundo imaginando quando ela iria me perdoar, quando ela iria esquecer tudo isso. Peguei o telefone e liguei para o advogado do Paulo;
- pode falar – disse atendendo
- sou eu, Paulo. Preciso que me ajude com algo – falei
- é algo urgente? – perguntou
- demais, tipo pra ontem – falei
- ok, passo na empresa mais tarde – falou
- tudo bem. – falei desligando
Tudo o que eu mais queria era ajudar a Sandra, e toda vez que eu pensava que, iriamos nos aproximar, algo sempre nos afastava, e toda a culpa continuava em cima de mim.
Isaque logo apareceu perguntando quem era a moça que queria falar comigo e o que ela queria. Tive que inventar uma desculpa dizendo que era uma candidata a minha assistente, já que eu precisava de outra pessoa para me auxiliar na empresa.
Confesso que os dias iam passando e eu me sentindo cada vez mais sufocado, como se algo estivesse prendendo a minha respiração, a energia que fluía daquela empresa não era boa e isso me matava. Eu conversei com Joaquim sobre todos os documentos que eu tinha em relação ao Sérgio estar roubando a empresa, ele pediu cuidado, tudo o que eu mais queria era expor ele, mas tinha que ter cuidado.
Cheguei na empresa no horário certo, o advogado já me esperava na minha sala. Sentei-me e logo lhe expliquei a situação.
- é de se estranhar que o Sr. Não sabia, é essa empresa que está querendo a compra daquela vila – ele falou
- eu sei, é por isso que eu lhe chamei aqui Dr. Ferreira? – perguntei
- A sua empresa pediu a compra da vila para transformar em um novo centro industrial, muitas pessoas vão perder as casas, mas também irão ganhar emprego – ele falou
- mas quem mora lá não terá para onde ir. Eu preciso que o Sr. Pare o processo – falei
- infelizmente isso não poderá ser feito, o processo já foi aceito, o projeto está em construção e é apenas questão de tempo até que as coisas possam ser iniciadas – falou
- quanto tempo tem esse processo? – perguntei
- uns dois meses, creio eu – falou
- tudo bem Dr. Ferreira, qualquer coisa eu entro em contato com o Sr. – falei
Me despedi dele que saiu da sala. Peguei o telefone e pedi que mandasse os sócios e o pessoal responsável pela contabilidade da empresa para a sala de reunião. Levei alguns minutos até sair da minha sala, logo entrei na sala de reunião e fiquei em pé em frente a cadeira.
- por que nos chamou aqui Paulo? – Celina perguntou
- eu quero saber, quando é que, iriam me contar que decidiram fazer uma nova construção e desabrigar milhares de pessoas, tudo isso pelas minhas costas, e como a transação do dinheiro foi aprovada sem mim? – perguntei
- você estava ciente que iriamos construir um local especifico para produção – Celina falou
- sim, mas não achei que iriam por pessoas para morar na rua, isso é inaceitável – falei
- você fala como se só você mandasse aqui Paulo, - Sérgio falou
- mas eu mando aqui sim, eu sou o presidente dessa empresa, é o símbolo da minha família que está lá fora e eu sou o sócio majoritário, eu dou a palavra final, nunca mais repitam uma coisa dessas sem a minha autorização, e gostem ou não, eu vou estar aqui. Enquanto vocês da contabilidade, do administrativo a partir de hoje, transações de alto valor só poderá ser aceita com minha ordem, espero que esteja sendo claro – falei
Eu saí da sala deixando eles lá. Enquanto eu estivesse no comando daquela empresa, não iriam fazer nada ilegal, nada que pudesse prejudicar outras pessoas. Entrei na minha sala e logo a Celina veio atrás de mim com o Tiago.
- o que deu em você lá dentro? Você exagerou – Tiago falou
- me desculpe Tiago, não exagerei coisa nenhuma, eu não vou permitir que deixem pessoas morar na rua, passar necessidade, naquele lugar tem pessoas que trabalham lá, que vivem lá desde que nasceu e vamos simplesmente deixar eles na rua? – falei
-  a prefeitura está adiantando o processo de construção de casas populares para abriga-los, não vão ficar sem casa – ele falou

- quanto tempo isso vai levar? Em que país você acha que estamos em? Eles não irão receber essas casas tão cedo se dependerem deles, essa responsabilidade é nossa, somente nossa, principalmente minha – falei 
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