Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 12

Sentir a boca dele na minha parecia um sonho, sonho esse que eu não queria acordar, mas algo me dizia para não continuar e a pressão de tudo acontecer rápido me fez recuar pois minutos depois dele ter enfiado sua língua dentro da minha boca.

Ele certamente parecia querer aquilo, tanto quanto eu queria. Tudo o que eu fiz foi puxar o ar para dentro e sai da sala, não me importei se ele iria precisar de mim ou não, peguei minhas coisas e entrei no elevador. Antes mesmo da porta fechar eu vi uma mão segurar ela, fiquei olhando e ele apareceu entrando, ele estava vestido, a porta do elevador se fechou e ele parou o mesmo.

- você não pode sair assim – falou me olhando

- eu preciso ir embora – falei

- não, você não vai embora antes de conversarmos – falou

- olha Sr. Caio, não aconteceu nada, tudo bem – falei

- claro que aconteceu, e.... eu não sei o que deu em mim, mais eu acho que esperava esse beijo – falou se aproximando

- só que eu não esperava – falei

- não precisamos fingir que não aconteceu nada, a verdade é que eu estou com vontade de te beijar novamente, e dessa vez sem deixar você fugir – falou me jogando na parede do elevador

- por favor, não faz isso – falei

Ele se aproximou de mim e foi encostando o seu corpo ao meu, já podia sentir sua respiração forte quando ele encostou novamente os lábios aos meus e eu não consegui escapar. Um beijo incrível e delicioso, aqueles lábios doces e rosados, aquela barba por fazer, não me contive e não queria me conter.

Senti sua mão perto da minha bunda e ai eu percebi o que eu estava fazendo, empurrei ele com toda a força que eu tinha, apertei o botão para o elevador voltar a andar e ele ficou me olhando, não falei mais nada, assim que a porta se abriu, eu saí correndo em direção ao estacionamento, entrei no carro e tranquei a porta.

Peguei o meu celular e liguei para a Camila que logo atendeu.

- oi sumido, que milagre ligando para os pobres – falou

- você não é pobre Camila, eu sou, - falei

- nossa, o que aconteceu? – perguntou

- preciso conversar com alguém – falei

- pode falar – ela disse

- dorme lá em casa, por favor – falei

- tudo bem, só que amanhã de manhã tenho que ir cedo ao aeroporto, minha prima está chegando de viajem – falou

- sem problemas, eu estou saindo agora do trabalho, te encontro lá – falei

- tudo bem – falou desligando

Assim que eu liguei o carro o meu celular começou a tocar, olhei no visor e era o Ricardo. Meu coração gelou, minhas mãos começaram a suar, levei um tempo e logo atendi.

- oi – falei

- oi lindo, já saiu da empresa? – perguntou

- estou saindo – falei

- estou com saudades de você, - falou

- eu também, que dia você vem? – perguntei

- acho que daqui a dois dias, por ai – falou

- vai demorar ainda, - falei

- não se preocupe, vai passar rápido. Olha, eu achei um presente aqui que é a sua cara, - falou

- e o que é? – perguntei

- Não vou falar – falou rindo

- tudo bem, não fale. Lindo, me liga mais tarde, estou louco para tomar um banho – falei quase suando

- tudo bem, te ligo antes de dormir – falou

- ok. Beijos – falei

- beijo – falou desligando

Meu coração estava batendo forte, minha consciência dizendo que eu deveria contar ao Ricardo o que aconteceu, abrir o jogo. Cheguei em casa e praticamente ignorei a presença do meu pai na sala que balbuciou algo sobre a Camila. Corri para o meu quarto onde eu tranquei a porta e coloquei as chaves do carro junto com minha carteira em cima da cômoda.

Olhei para o banheiro e havia alguém lá, cheguei perto e encontrei a Camila lavando as mãos na pia.

- ainda bem que você chegou, - falou

- eu estou encrencado – falei

- o que aconteceu? – perguntou saindo do banheiro

Ela caminhou e sentou em minha cama cruzando as pernas. Eu me sentei ao lado dela e fiquei encarando ela por um tempo.

- fala logo – ela disse

- o Caio me beijou daí eu saí correndo e depois ele me beijou novamente no elevador e eu retribui – falei rápido

- o que? Perai, acho que eu não entendi direito. Vocês se beijaram? – perguntou

- tecnicamente ele me beijou – falei

- caralho, você ficou maluco? E o Ricardo? – ela perguntou

- eu sei, quer dizer, não sei.... Por um lado eu estou mal por ter retribuído, mas por outro eu estou me sentindo desejado, e ele beija tão bem que parece que estamos em outro lugar – falei

- acorda Ben, você não pode ficar dando corda para o Caio, primeiro que ele é gostoso eu sei, mas é casado, tem um filho e ainda por cima é um cachorrão – falou

- ai amiga, não sei. Ele está se separando da Vanessa, e sei lá, eu não vou mentir dizer que não sinto nada quando estou perto dele, sem contar que hoje eu quase peguei em sua mala – falei

- isso está ficando cada vez mais absurdo – ela disse me olhando

- não me julgue, pelo amor de Deus, não sei o que houve lá e não quero explicação, mas eu estou sem saber o que fazer – falei

- conta ao Ricardo, diz a ele o que aconteceu. Pode machucar mas ele irá entender, é melhor ele saber por você do que por outra pessoa – falou

- não, de jeito nenhum. Ele já discutiu com o Caio a alguns dias atrás por eu estar trabalhando em horários fora de pico, imagina se ele descobre isso, eu morro e ainda perco o emprego – falei

- eu não posso dizer a você o que fazer, isso tem que partir do seu coração, mas enfim. – falou

Conversamos bastante naquela noite. Tomei banho, comemos e depois vimos um filme na televisão, Ricardo me ligou por voltas das 00:00hrs, tentei passar a ele tranquilidade, mas quase não consegui. Depois ficamos conversando por SMS e ele me mandando fotos dele deitado na cama, de cueca, e dele triste fazendo bico.

Foi nesse momento que eu sabia que não poderia contar a ele, não queria estragar o que estava bom, o que estava me deixando feliz. Ele pareceu ter mudado a rotina dele para ficar comigo e eu não iria machucar ele com algo que, apertar de ter tido um sentimento, foi insignificante perto do que ele poderia me proporcionar.

No dia seguinte, tive que lidar com a situação chata que ficou entre mim e o Caio, sem contar que a Vanessa voltou antes do esperado e ficou enfiada o dia todo na sala do Caio, toda vez que eu aparecia lá a mandado dele, ela me olhava como se quisesse voar em cima de mim.

No final do expediente, Caio me chamou na sala dele novamente, eu fui na inocência, quando passei pela porta que a fechei, senti o baque enorme que foi o meu corpo contra a parede da sala, ele ficou de frente para mim e não me deixou falar nem reagir, foi logo enfiando a boca na minha e me roubando um beijo, um outro beijo que eu não consegui negar.

- eu sabia que você queria – falou se afastando

- me deixa em paz, por favor – falei

- eu quero você Ben, eu quero você pra mim – falou beijando meu pescoço

- por favor Caio, me deixa, por favor – falei tentando afastar ele

- você não vai conseguir resistir, eu sei que você quer, sei que o Ricardo não é o suficiente para apagar o fogo que você sente, o desejo que você tem que não consegue saciar, - disse apertando o meu corpo

Ele trancou a porta da sala e me arrastou até o sofá, caiu por cima de mim. Ontem eu estava pensando em não estragar o que tinha com Ricardo e hoje já estava estragando, só que eu estava fraco, vulnerável e não sabia como lidar com isso, é difícil resistir quando se está dominado.

Naquela noite, cometi o pior dos meus erros, ter dormido com o Caio, ter tido ele dentro de mim, metendo freneticamente enquanto mordia meu pescoço, enquanto apertava o meu corpo contra aquele sofá branco, ter entregado o meu corpo ao dele, ao toque dele.

Só sei que o prazer que eu havia sentido havia sido momentâneo, em casa em chorei feito uma criança com medo de perder o doce, meu peito doía muito e eu recusei todas as chamadas do Ricardo por medo de ouvir ele dizer que estava com saudades enquanto eu estava me deitando com seu melhor amigo.

Não poderia sair da empresa ou ele descobriria, não sabia como enfrentar o Caio depois disso, não sabia o que dizer ao Ricardo quando o encontra-se, não sabia o que fazer da minha vida, com a minha culpa.

Ricardo voltou de viajem, ele me deu uma camisa personalizada de uma banda de rock alternativo que eu gosto, linda a camisa, ele me beijou com muita vontade e eu retribui como sinal de arrependimento.

As coisas na empresa começaram a se complicar, ele me olhava com outros olhos, sorria pra mim de um jeito diferente, quando estávamos a sós ele fazia questão de lembrar da noite em que me teve por completo, e tudo isso eu guardava dentro de mim como culpa.

Mas como tudo isso não bastasse, ele passou a me provocar, deixando a camisa aberta para mostrar o seu peito, pedir ajuda para vestir roupas que chegavam para ele, sempre que podia colocava a mão no pau por cima da calça e apertava com gosto. Minhas noites com Ricardo era imaginando como seria ter ele e o Caio em minha cama, chegava a transar com ele imaginando o Caio e isso estava me consumindo, o que eu sentia pelo Ricardo estava sendo o mesmo que eu sentia pelo Caio, paixão, desejo e isso foi me matando aos poucos.

Camila começou a me chamar de louco, sempre brigava comigo dizendo que eu deveria me afastar da empresa, que eu deveria me afastar do Caio antes que isso acabasse mal e eu não conseguia.

Ricardo passou a ser o meu bem e Caio e meu mal, me sentia duas pessoas diferentes quando estava perto deles. Sei que não vai soa bem, mas entre eu e o Caio, não continuou somente na provocação, passamos a nos beijar e eu não conseguia resistir, passamos a transar uma vez por semana e ao invés do meu desejo pelo Ricardo diminuir, ele aumentava cada vez mais.

UM ANO DEPOIS....

- eu nem sei o que dizer, você é delicioso – Caio falou me beijando

- devemos ir, está ficando tarde – falei

- estamos em uma reunião lembra? – perguntou

- Caio, não complica as coisas – falei

- não estou complicando, só estou querendo ficar mais um pouco com você. Sabe que eu sou apaixonado por você não é? – perguntou

- para com isso, você é apaixonado pelo meu corpo e não por mim – falei

- larga o Ricardo – falou

- o que? – perguntei

- fica comigo, só comigo. – falou me puxando de volta para a cama

- você ficou louco? O que você bebeu em? – perguntei

- por que? Não gosta de mim? Você me disse outro dia que era apaixonado por mim – falou

- e eu sou, mas eu amo o Ricardo, amo estar com ele e já é errado o que eu faço, como você acha que eu me sinto? Como você acha que eu fico toda vez que o vejo? E tudo isso é culpa sua – falei

- eu quero você só pra mim – falou

- sinto muito, mas não dá – falei

Eu me levantei e comecei a pegar minhas roupas. Um ano havia se passado desde que eu comecei naquela empresa, havia terminado o ensino médio e não consegui entrar em nenhuma faculdade. Estou a quatro meses nesse rola ou enrola com Caio, não sei o que aconteceu para a minha vida acabar desse jeito, mas eu não conseguia pensar em mais nada quando estava com ele. O Caio sabia como me fazer mal e como me fazer bem, eu havia me tornado uma pessoa repugnante e totalmente fora de controle.

A proposta do Caio era tentadora, mas eu não iria aceitar. A Camila havia se afastado de mim, ela me disse que as minhas decisões eram decisões que ela não conseguia entender, que ela não conseguia compreender e que eu estava me machucando e me tornando uma pessoa amarga e mentirosa.

No dia seguinte eu cheguei na empresa como todos os dias, falei com todos caminhei para o meu lugar. Em poucos minutos o telefone tocou, era o Caio, ele havia chegado mais cedo, entrei na sala dele e ele estava com a Vanessa e o Ricardo. Ela me olhava de forma alegre, coisa que eu até estranhei.

- me chamou? – perguntei

- sim, a Vanessa quer que vejamos algo e não sei o motivo, mas ela quer sua opinião – Caio falou

- preste bastante atenção nas imagens, são bastante esclarecedoras, mas também precisão de explicação.

Ela segurando o controle, apertou um botão e o vídeo começou a rodar, era o elevador da empresa, logo eu apareci no elevador e em seguida o Caio, meu coração começou a acelerar quando eu vi a cena. Eram as imagens do dia em que eu e o Caio nos beijamos no elevador. Olhei para Ricardo que olhava atento para a tela da televisão, eu me levantei e meus olhos começaram a marejar. 

---------------------------------------

Pessoal. 

Sei que muitos não vão gostar do que leu, mas enfim. 

Já escrevi muitos contos e em todos eles os personagens eram bonzinhos demais, certinhos demais e a verdade é que a vida lá fora não é assim. 

Quando eu disse que iria escrever uma versão moderna e melhorada do conto, nao estava brincando, eu criei um personagem que erra, mas que é capaz de amar, que chora e que é humilhado, mas que é capaz de levantar a cabeça e seguir em frente, eu criei um personagem como muitas pessoas que existem por ai, fraco e forte ao mesmo tempo, tudo em seu devido tempo. 

Enfim. Espero que olhem bem a fundo o contexto do conto, pois as coisas vão começar a ficar tensas a partir desse capitulo.