segunda-feira, 7 de julho de 2014

Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 14



-------- Desculpem o inglês arranjado ----------------

- senhor, espero que tenha feito uma boa viajem – me perguntou uma moça loira e bem vestida
- claro que fiz, - falei sorrindo
- seja bem-vindo a Londres, seja bem-vindo á Fashion Blue, uma das maiores escolas de moda do mundo – falou sorrindo
- obrigado – retribui
- seu quarto fica no 11º andar, número 56B, temos uma gama de benefícios que serão apresentados à noite em meio a iniciação. – falou

Ela me entregou uma chave. Aquilo era realização de um sonho, era o desejo da minha vida de me tornar alguém, me tornar algo. Quem diria que, algumas horas depois eu estaria em Londres, sendo tão bem tratado, com certeza todo o dinheiro gasto havia valido apena.

Para quem estava triste e chorando a horas atrás, eu estava até alegre, mas como não ficar em meio a tanta coisa bonita e diferente. O curso de moda que eu estava prestes a iniciar, é um dos maiores do mundo e claro, com turmas para brasileiros e apoio total, gastei toda a minha poupança com dois anos de curso, não sabia como me manteria ali por dois anos, mas não iria desistir.
Meu pai tentou de tudo durante a última semana para que eu não viajasse, chegou a procurar escola de moda dentro do brasil, do próprio rio para que eu não viajasse, mas, essa era a única opção que eu tinha de ficar em paz, de não ter que encontrar o Ricardo nem o Caio pelas ruas da cidade, de não ter que pensar neles e em tudo o que eu fiz.

Camila definitivamente acabou com a amizade comigo, o que eu achei que seria uma grande amizade, se tornou algo desprezível e lamentável, ela me julgou pelos meus erros e esqueceu que ser amigo é dar apoio e não as costas.
Ali naquele prédio vivia milhares de alunos da instituição, incluindo alguns brasileiros, portugueses enfim, de todo o lugar. Fiquei tão emocionado que, a primeira coisa que eu fiz foi largar minhas coisas AP e descer, queria sentir o cheiro, o clima frio, queria poder ouvir o barulho diferente dos carros, as pessoas andando pela rua, queria sentir a diferença.

A sensação mais incrível que eu já tive em toda a minha vida. Cheguei até a fazer aquela coisa que fazem em filmes, abri os braços e comecei a rodar, em uma rodada dessas eu atingi alguém e me assustei com medo.

- au, caralho – gritou
- Oh My God, I’m so sorry – falei
Nem me toquei que ele havia falado em português.
- it's ok? – perguntei
- yes, yes. – disse
- how embarrassing – disse
- my name is Luiz – disse estendendo a mão
- Ben – disse
- prazer Ben – falou me olhando
- você fala português – disse

- minha mãe era portuguesa, mas morou anos no brasil - falou sorrindo
- me desculpe. Estava tão emocionado que acabei te machucando – falei
- não se preocupe, é normal – falou rindo
- como você sabia que eu era brasileiro? – perguntei
- pelo jeito como fala, me toquei que não era inglês nem americano, então, o jeito como fala é limpo – falou sorrindo
- ual, você é o que? Especialista? – perguntei
- professor de inglês – disse
- legal – falei
- eu aceito suas desculpas se me pagar um café – falou pondo as mãos no bolso
- claro, claro – falei sorrindo

Ele estava extremamente gentil, além de bonito, era muito legal. Luiz tem os olhos azuis claros, cabelos castanhos lisos e cortados baixo, rosto comum, não era nenhum Deus grego, era apenas mais um homem bonito da face da terra.
Caminhamos devagar até a esquina onde tinha um café, entramos e nos sentamos em uma mesa próximo a janela, o local estava calmo, sem muitas pessoas.

- primeira vez aqui? – perguntou
- sim, primeira vez. Por isso a emoção – falei
- aqui é realmente lindo, é de ficar mesmo emocionado – falou
- e você? – perguntei
- moro aqui tem 6 anos e ainda não acostumei – falou
- sério? Acho que não me acostumarei também – falei
- me diz, veio a passeio? – perguntou
- não, vim fazer um curso de moda, pretendo seguir na área – falei
- hum, legal. Aqui tem ótimos cursos de moda – falou
- pois é – falei

- veio sozinho? – perguntou
- sim, vim tentar a sorte, apesar de que ainda estou com medo – falei
- não precisa ter medo, as pessoas aqui são legais, - falou
- assim espero – falei
- e pelo o que você pode perceber, não se encontra muitos brasileiros aqui – falou
- bom, comigo vieram alguns, não muitos, mas alguns estão no mesmo prédio que eu – falei
- que bom.... É, eu tenho que ir agora, preciso muito ir a um compromisso, obrigado pelo café e, me liga se precisar de um guia – falou me passando um guardanapo
- ok, obrigado pela companhia – falei

Ele sorriu e levantou-se, caminhou até o balcão e conversou com um rapaz, saiu em seguida. Fiquei olhando ele partir e olhei o guardanapo, havia um número de telefone com o nome dele.
Chamei o garçom e perguntei da conta, ele me disse que o Luiz já havia pago, como eu não sei. Enfim eu voltei até o prédio, entrei no quarto e encontrei um rapaz de toalha e agachado no meio da sala mexendo nas minhas coisas.

- ei – gritei
- aaaaaaaaaah, mas que merda – ele gritou se assustando
- está fazendo o que mexendo em minha mochila? E o que está fazendo aqui? – perguntei
- estava procurando um desodorante, esqueci o meu, e se você não sabe, o apartamento é para dois – falou
- não me falaram isso – disse pegando o desodorante da mão dele
- pois deveria ter lido o aviso antes de sair correndo – falou pegando da minha mão

Ele passou nos braços e me olhou. Havia água em seus cabelos, em seu peito e estava escorrendo e eu fui olhando e ela foi descendo, me perdi naquele peito liso e definido, ele tinha músculos, não iguais a quem faz academia, mas tinha músculos lindos.

- ei – falou
- o que? – perguntei
- sou o Lucas – falou estendendo a mão
- Breno.... Quer dizer.... Bernardo – falei
- Breno Bernardo? – perguntou
- Bernardo, apenas – falei

- prazer, Bernardo apenas – falou apertando minha mão
- você é sempre assim ou é emoção? – perguntei
- você verá – falou
- é de onde? – perguntei
- sou do RS, mas me cadastrei como argentino por causa dos meus pais – falou
- hum, argentino – falei
- qual é, algum preconceito? – perguntou
- nenhum, apenas – falei andando

Me sentei no sofá. Ele me olhou e perguntou:
- se importa? – disse apontando para a toalha
- muito – falei
- vai se ferrar – falou tirando a toalha e deixando o malote aparecer
- pra que perguntou então? – disse
- pra ser educado, mas eu vi que você não se importa – falou sorrindo
- acho melhor eu ir arrumar minhas coisas – falei me levantando

Me aproximei das minhas malas e peguei elas, arrastei uma pela rodinha até o quarto e a outra segura na mão, abri a porta e depois fechei, graças que, pelo menos o quarto era dividido. O apartamento era pequeno, achei que seria somente eu ali dentro, mas me enganei. Haviam dois quartos, um banheiro, cozinha e sala separadas por um balcão e uma área de serviço, era confortável.
Peguei meus produtos de limpeza e comecei a colocar no banheiro, deixei tudo certinho, voltei ao quarto e arrumei minhas coisas no guarda-roupas, levei horas dentro do quarto arrumando tudo, quando terminei tomei o meu banho e vesti uma roupa, sai do banheiro e senti o cheiro de comida.

Caminhei em direção a cozinha e ele estava sentado comendo uma espécie de macarrão, me olhou e sorriu, o cara estava praticamente largado na cadeira com o prato nas mãos, um verdadeiro gentleman dos contos de horror.

- eu acho que você se inscreveu no curso errado – falei
- como assim? – perguntou
- isso é curso de moda, o que tem muito a ver com etiqueta e acho que.... Você está no lugar errado – falei
- pensei que fosse curso de tecnologia – falou me olhando sério
- sério? – perguntei
- não, estou zuando – falou sorrindo
- por quanto tempo vai continuar fazendo isso em? – falei
- isso o que? – perguntou
- essa coisa de.... Ser espontâneo demais – falei
- sei lá tipo, uns dois anos ou mais – falou dando mais uma garfada

Eu caminhei em direção ao armário e peguei um papel que estava dentro, era uma espécie de regulamento avisando que, o curso manteria as despesas de água e luz, mas a alimentação a partir do próximo mês ficaria por conta dos alunos, o que me deixou preocupado, teria que conseguir algo rápido. Continuei lendo até que eu ouvi um arroto atrás de mim.


- au, nojento – gritei 
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4 comentários:

  1. muito bom mas, quando vc irá postar a continuação dos demais contos??

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  2. Uau aera que vai nascer uma grande amizade com esses dois?eo bem vai ensinar etiquetas para ele kkkkkkkkk e esse boy que parece do nada em gente cada vez mais me surpreendendo essa historia .

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  3. Muito bom, será que ele vai se envolver com o professor de inglês ou com o colega de apê?

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  4. kkkkkk esse lucas é uma figura o ben achou uma companhia e tanto.

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