quinta-feira, 10 de julho de 2014

Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 15



A minha vida com o Lucas estava impossível, eu fazia algo e ele sempre fazendo o contrário, as aulas mal haviam começado e ele já deu um jeito de ficar no meu pé. No dia da apresentação das turmas, os professores conversaram e falaram sobre o curso, no meio do discurso ele ficou jogando pipoca em mim, pois é, ele estava comendo pipoca enquanto a professora falava, acabou que eu fui expulso da sala com mais de 100 pessoas me olhando.

Fiquei puto de raiva, gritei muito com ele que riu da minha cara e ainda fez bico me chamando de frangote, de medroso e disse que a única coisa que eu sabia fazer era reclamar. Deixei ele falando sozinho e me tranquei no quarto.
A primeira aula foi sensacional, uma mulher incrível ligada ao mundo da moda nos deu uma dica e também falou como é difícil viver nesse mundo, que só a criatividade não bastava. Os professores se apresentaram, falaram de suas matérias e logo em seguida tivemos aula de história, sim, história, vimos a moda desde os primórdios da humanidade até hoje, toda a ligação que há entre o passado e o futuro.

Claro que as aulas eram todas em inglês, me enrolei um pouco apesar de que o meu inglês não era lá essas coisas todas, meu cursinho que eu fiz estava ajudando, mas iria melhorar com o tempo.

A primeira semana foi bem tranquila, inicio de curso, estava conhecendo a cidade e tudo estava indo bem até que eu percebi que teria que procurar um emprego já que estava sem e logo ficaria sem dinheiro também.
O idiota do Lucas veio me acompanhando, e novamente ele estava comendo, enquanto eu caminhava em busca de um emprego em algum lugar, ele comia do meu lado e era assim quase o dia todo, fiquei indignado em saber que ele não engordava depois de comer tudo aquilo.

Eu entrei em uma lanchonete a duas quadras do prédio onde moramos e perguntei sobre o anuncio na janela, pediram para que eu fizesse um teste, fiquei horas e horas no balcão atendendo as pessoas, enquanto o indivíduo do Lucas conversava com uma garota morena que sorria feio boba pra ele.
Apesar de tantos esforços, não consegui o emprego, disseram que eu não estava fazendo direito, mas enfim, a vida é assim mesmo.

- você estava quase babando naquela garota – falei
- ela estava babando em mim, a gata pirou no meu corpo – falou rindo
- você se acha não é? Tá se sentindo o gostosão – falei
- claro, as gringas adoram os latinos, sexy, quente – falou rindo
- arf, - falei
- está com ciúmes? – perguntou
- eu? Imagina – falei debochando

Continuamos caminhando e no meio do caminho acabei encontrando o Luiz, ele caminhava devagar olhando o celular, parei em frente a ele que levantou a cabeça e assim que me viu abriu um sorriso.

- oi – falou
- e ai – falei
- passeando? – perguntou
- não, estava procurando um emprego, nem só de pão vive o homem – falei
- pois é, você vai encontrar logo – falou sorrindo
- esse é o Lucas, meu colega de AP – falei
- prazer Luiz – falou estendendo a mão
- prazer – Lucas falou cumprimentando
- pensei que me ligaria – ele falou
- não queria incomodar – falei

- claro que não, vamos fazer o seguinte, que tal se saíssemos hoje à noite, poderíamos comer algo, - falou
- uma excelente ideia, - falei sorrindo
- ótimo, me liga então, me informando o lugar que você mora – falou
- claro – falei sorrindo

Nos cumprimentamos com um aperto de mão e ele se foi.

- você estava babando por ele – Lucas falou
- vai comer vai – falei
- admiti, você quer o corpo dele – ele disse
- ninguém diz mais isso – falei
- claro que diz, - ele falou andando

No apartamento eu sentei no sofá e liguei a televisão, estava passando uma espécie de jornal, continuei vendo, ele foi para o quarto dele, deitei no sofá e quando me dei conta, estava cochilando, acordei com o Lucas me empurrando.

- que foi? – perguntei
- você está babando – falou
- idiota – falei

- me diz, por que você quer tanto um emprego? – perguntou
- por que eu não tenho pai e mãe pra me sustentarem aqui – falei
- então você veio por conta própria? – perguntou
- é, eu trabalhei mais de um ano em uma empresa de moda e guardei meu dinheiro, só que ele não vai durar pra sempre – falei
- nossa... Ai, se você quiser, pode vender o seu corpo, eu consigo uns clientes e dividimos meio a meio – falou

Eu olhei pra ele sério, o encarei.

- ei, calma ai, é só uma brincadeira – falou rindo
- até que não é uma má ideia, eu sou gostoso – falei pensando
- está bom, para de palhaçada, foi só uma brincadeira – ele disse

Eu me levantei de onde eu estava e caminhei até o outro sofá onde ele estava, parei de frente pra ele e segurei em sua camisa, me sentei em seu colo.

- que tal você ser meu primeiro cliente – falei mordendo o lábio
- tem troco pra 100? – perguntou
- vai te ferrar, eu não sou puta barata não meu querido. Idiota – falei me levantando

- você que começou – falou rindo
- eu achei que você fosse ficar com medo – falei
- medo de você? Só se você tivesse o dobro do peso e da altura – falou
- palhaço – falei saindo
Caminhei até o meu quarto, na metade do caminho eu o ouvi gritando:
- volta aqui Dora Aventureira.

A noite eu mandei um SMS para o número que o Luiz me deixou informando o endereço onde eu moro, ele logo me mandou outro dizendo “SALVO COM SUCESSO J”. Eu me arrumei e fiquei esperando ele aparecer na portaria, por volta das 20:00hrs ele apareceu com uma criança ao seu lado.

- boa noite – falou sorrindo
- boa noite – falei

- eu não queria te mandar uma mensagem então eu decidi que iria vir aqui pessoalmente, não vai dar para sairmos hoje, a babá do Adam não pode ficar com ele então.... Vou leva-lo para comer um hot-dog em uma pracinha. – falou
- é seu filho? Não sabia que era casado – perguntei
- não.... Não sou casado, minha esposa faleceu a alguns anos, é uma história complicada. É meu filho sim – falou sorrindo
- ele é lindo – falei sorrindo

- diz oi para o amigo do papai Adam – ele falou ao garotinho que sorriu
Eu o cumprimentei. Meu coração foi no chão ao saber que ele tinha um filho de quatro anos, quase enfartei.
- se você quiser vir com agente, - ele falou
- será que posso? – perguntei ao Adam

Ele balançou a cabeça. Saímos andando em direção à pracinha onde ele iria levar o Adam, foram longos minutos de caminhada até que chegamos, haviam várias barracas de lanches e várias crianças correndo de um lado para outro, parecia um parque que ficava aberto o ano todo, simplesmente lindo.
Compramos um lancho e nos sentamos em um banco, o Adam ficou correndo com os outros garotos.

- então.... Me desculpe eu não sabia que você era viúvo – falei
- não tem problemas – falou

- deve ser difícil criar uma criança sozinho – falei
- as vezes sim, você passa a viver por dois – falou
- mas ele me parece ser uma criança calma, muito lindo por sinal – falei sorrindo
- ele tem os olhos e o sorrido da mãe. – falou
- sente falta dela? – perguntei
- me sinto mais culpado do que com saudades – falou
- como assim? – perguntei

- quando ela estava gravida, decidimos ir morar perto dos meus pais pois eu trabalhava muito e não poderia estar com ela todos as horas. Um ano depois do Adam ter nascido, eu conheci um rapaz e acabei me envolvendo com ele, ela descobriu e correu para a casa dos meus pais, eles iriam vir conversar comigo quando sofreram acidente de carro no caminho – falou

- você.... Você perdeu seus pais e sua mulher ao mesmo tempo? – perguntei
- é, eu sinto como se a culpa fosse minha – falou
- a culpa não é sua, você só, estava vivendo um sentimento – falei
- tentei levar por esse ângulo e não consigo tirar da minha mente que por culpa minha eles morreram – falou

- acho que você precisa se envolver com outras coisas, com lembranças felizes para pôr na sua mente que a culpa não foi sua, não foi você quem bateu no carro – falei
- você falando parece tão fácil – falou sorrindo
- acho que precisava escutar isso de alguém distante – falei
- é, também acho – falou
- além do mais, você é lindo, bem humorado, logo encontrará alguém que vai te fazer pensar o que eu estou dizendo – falei
- espero que sim – falou me olhando


Seus olhos castanhos eram tão lindos, seu sorriso aberto me deixou estático, estávamos a menos de um metro um do outro, eu sorri para ele que continuou me olhando, abaixou a cabeça e logo a levantou novamente, eu fui me aproximando e me aproximando, encostei os meus lábios ao dele e o beijei. 
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