Meu Chefe, Minha Paixão - Capitulo 16

Não sei se eu digo que aquela noite foi boa ou se foi fenomenal, eu sei que pode parecer demais, só que, tudo ocorreu tão bem que até fiquei com medo de aparecer uma Vanessa da vida com uma câmera na mão mostrando o meu vídeo com o Caio no elevador.

Depois que eu o beijei, pedi desculpas e a resposta que tive foi ele me puxando para mais um beijo, que delicia, sentir aqueles lábios rosados e molhados colados aos meus, não houve pegação e não teria como ter.

Desfrutamos da noite conversando e nos conhecendo melhor, já que ele havia dito de tudo o que aconteceu com ele, me abri com ele e contei sobre o que aconteceu no brasil, foi mais uma surpresa quando ele me olhou e disse que eu deveria aprender a me perdoar.

O Adam se mostrou ser um amor de criança, rimos bastante dele todo melado de mostarda e tivemos que limpar ele. Enfim eu dormi tão bem que me senti nas nuvens. No dia seguinte eu tive que consegui uma maneira barata de ligar para o meu pai já que as tarifas são caríssimas e isso acaba matando um do coração.

Consegui falar com ele por menos de dez minutos, ele se mostrou ainda chateado com a minha partida, mas logo disse que entendia o que eu estava fazendo, me disse que o Ricardo voltou em minha casa para pegar as coisas dele que havia ficado por lá e que ele estava visivelmente triste. Claro que eu fiquei sentido, não teria como não ficar, ainda mais sabendo que o que eu sentia por ele não iria passar tão cedo.

As semanas se passaram rápidas, quase nem percebíamos. O Lucas continuou com as brincadeiras dele e eu quase achava engraçadas, pelo menos alguns. Me senti levemente estranho quando percebi o por que dele estar fazendo curso de moda, a mãe dele era design e ele levava muito jeito pra coisa, o que não aparentava em nada já que ele parecia aqueles caras sarados que só querem saber de academia e de sair por ai metendo o pau nos buracos da vida.

Acabou que a professora nos colocou como dupla nos projetos por achar que não morávamos juntos, tentei ainda falar com ela o que não deu certo. Na semana seguinte, fomos transferidos para uma turma de pessoas que falam em português, não somente brasileiros como outros que preferiam o português na hora de aprender as aulas.

Depois que terminou a aula, a professora me parou antes que eu pudesse sair da sala.

- Bernardo não é? – perguntou

- sim – falei sorrindo

- eu achei suas ideias muito interessantes – ela falou sorrindo

- sério? Eu fico contente – falei

- pois é, essa ideia de pôr algo mais sólido do que floral para o verão me parece ousado – ela disse

- que bom, eu vejo pessoas andando com roupas floridas demais no verão e confesso que as estampas segam os meus olhos, seria bom se tivesse algo mais leve, neutro sem muitas flores e galhos estampados – falei

- olha, eu estou procurando um estagiário para trabalhar comigo, o que acha de se candidatar a vaga? – perguntou

- não brinca? Sério mesmo? – falei

- claro, acho que é um forte concorrente – falou rindo

- obrigado, obrigado mesmo, - falei

- toma aqui o meu cartão, passa no meu escritório mais tarde – falou

- obrigado

Ela me entregou o cartão e saiu da sala se despedindo. Nesse momento o meu coração saiu pela boca e voltou deslizando. Cheguei em casa já querendo ir ao escritório dela.

- cara, você é muito louco sabia? – Lucas falou

- fica quieto Lucas, eu estou é muito ansioso – falei

- eu já te falei, se quiser pode vender o corpo, já conheci uns gringos que adorariam pagar uma noitada – falou rindo

- está bom idiota – falei deitando no sofá

- e como está indo essa coisa com o teacher? – perguntou

- sei lá, está bom. – falei

- sério? Vocês estão saindo já a algum tempo e parecem mais dois adolescentes brincando de gato e rato – falou

- é que... Ele tem um filho pequeno e tem que cuidar do garoto, não tivemos muito tempo de sair só nos dois.... Não que eu ache o garoto um empate, o Adam é um amor de criança, só não esperava que fosse tão difícil assim ficar a sós com ele – falei

- vocês ainda não...? – perguntou

- o que? Transamos? Ainda não e não sei se vai rolar – falei

- por que ele não procura alguém para ficar com o Adam enquanto vocês dão uma rapidinha – falou

- não quero dar uma rapidinha.... Eu gosto do Luiz e não quero apenas sexo – falei

- acho que o seu problema é você – falou

- eu? Ficou maluco? – perguntei

- não, você é que não está dando espaço a ele para chegar em você, libera logo o que tiver de liberar e para de pôr a culpa na criança – falou

- as vezes eu odeio a sua sinceridade – falei

- nem tudo o que eu falo é brincadeira, mas se você quiser eu posso te ajudar – falou piscando

- jamais – falei levantando

- que foi? Eu sou gostoso – disse

- mas eu sei que você andou passeando na Misse e cara, eca – falei

- ela é gostosa – falou

- ela é nojenta, com aquela cara de macarrão molengo sem tempero dela, nem imagino como deve ser lá em baixo – falei

- branco feito leite – falou rindo

- ótimo, agora adeus almoço – falei indo até o quarto

Será que o que ele havia dito era realmente verdade? Que eu estava me retraindo e não estava dando espaço para o Luiz se aproximar mais de mim? Tomei o meu banho e coloquei uma roupa legal, comi algo e fui para o escritório da professora Housman, Também eu só sabia o sobrenome dela. 

Quando cheguei no prédio que entrei no escritório, quase enfartei quando vi a beleza que era o lugar, lindo, todo em preto e branco, com um lustre maravilhoso no meio e poltronas lindas, uma mesa de vidro toda detalhada que ficava a frente do vidro das janelas, flores roxas davam um toque de cor ao ambiente.

Me sentei na cadeira a frente e fiquei esperando ela aparecer como me instruiu a secretaria dela. Logo ela apareceu, estava muito bonita com uma pose.

- que bom que veio – falou me cumprimentando

- não perderia por nada – falei

Ela sentou-se.

-  Bernardo, o cargo aqui na empresa é de estagiário na área de design, ou seja, como auxiliar dos nossos estilistas, acho que você irá aprender muito com eles – falou

- que bom Srta. Housman – falei

- me chame apenas de Maria – falou

- ok – falei

Quando ela falou o nome dela eu mudei um pouco o tom de voz pois lembrei da minha mãe que tem o seu mesmo nome, acabei lembrando do meu pai e dele ter ficado sozinho, primeiro ela o abandonou e agora eu, estava começando a achar que não estava fazendo a coisa certa.

- alguma coisa? – ela perguntou

- nada, apenas lembrei de uma coisa – falei

- é algo grave? – perguntou

- não, nada grave, é só que.... Lembrei da minha mãe – falou

- ela está bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntou

- eu gostaria de saber já que ela me abandonou quando ainda era pequeno, mas.... Não vou lhe incomodar com essas coisas – falei

- se quiser falar fique à vontade, não me incomoda em nada – falou

- Srta. Housman, o Dr. Calmon está aqui - falou a secretaria entrando

- pede a ele para que espere uns minutos – falou

- tudo bem – ela disse saindo

- fale com a Anabela e peça a ela para lhe mostrar a empresa, bem vindo – falou

- eu consegui? – perguntei

- sim, tivemos mais de 100 inscritos e você é o terceiro a parecer interessado com a moda de verdade. Nos falamos depois – ela disse saindo

 Sai da sala. Quando cheguei na mesa da secretaria dela, vi um homem entrando na sala com uma maleta, parecia ser um médico.

- desculpe se estou sendo intruso mas, a Srta. Housman está doente? - perguntei

- sim, ela tem câncer, você não sabia? Achei que todos no instituto sabiam pois ela trabalha para apoiar as coisas de câncer – falou

- sou novo lá – falei

- entendi. Mas não se preocupe, ela é forte, e prepara desfiles sensacionais – falou

- entendi – falei sorrindo

Em casa eu continuei pensando no que a secretaria havia me dito. Convidei o Luiz para assistir a um filme comigo, certamente ele trouxe o Adam, só que acabei colocando o Adam para ir passear com o Lucas.

Sentamos no sofá abraçados e começamos a assistir ao filme, ele me beijava enquanto comia pipoca e riamos das cenas engraçadas e era engraçado. No meio do filme começamos a nos beijar intensamente, logo tirei minha camisa e a dele, ele largou a pipoca e iniciou beijos pelo meu corpo, estava indo tudo bem até baterem na porta.

- não brinca. Deve ser o Lucas – reclamei

- será? – perguntou

Ele saiu de cima de mim e eu me levantei, caminhei até a porta e a abri.

- eu pedi duas horas a…. – me calei quando vi o Caio na minha frente.

- podemos conversar? – perguntou

- que diabos você está fazendo aqui? – perguntei

- vim conversar com você – falou

- como você me achou aqui? – gritei

- não foi difícil, seu pai me disse que veio fazer um curso de moda aqui e como tenho muitos amigos – falou

- vai embora – falei empurrando a porta

Ele segurou.

- eu tenho que me explicar com você, fui a sua casa várias vezes e seu pai não me deixou entrar por que você não deixou – falou

- eu não quero te ver nunca mais Caio, sai da minha frente, sai da minha vida – gritei

- Ben, por favor, posso explicar o que eu falei – disse

- você não pode explicar porra nenhuma, você NÃO VAI EXPLICAR PORRA NENHUMA, você brincou comigo, você fudeu a minha vida e depois me falou aquele monte de merda, não venha achando que eu vou cair na sua conversa novamente, sai da minha vida, me deixa em paz – falei

- Ben.... Por favor – falou

- sai daqui, SAI DAQUI, eu espero mesmo que você morra seu desgraçado – gritei empurrando a porta

Ele tirou a mão e eu a fechei, comecei a chorar e o Luiz logo meio para perto de mim e me abraçou, meu coração batia forte, meu peito doía e as lagrimas que caiam do meu rosto eram as últimas que caiam por causa de pessoas como o Caio.