Meu chefe, Minha paixão - Capitulo 17

- você não quer comer algo? – Lucas perguntou

- não – falei olhando para frente

- não vai adiantar nada ficar sentado ai chorando, está me deixando nervoso – falou

- eu estou nervoso Lucas – falei

- quer me contar o que aconteceu? As vezes ajuda – falei

- não sei.... Você quer ouvir? – perguntei

- se você quiser contar – falou  

- promete não me julgar? – perguntei

- não, mas conta mesmo assim – falou rindo

Ele sentou-se ao meu lado no sofá. Comecei contando tudo ao Lucas que ouvia atentamente, era a primeira vez que eu via ele calado e atento daquele jeito.

Depois que o Caio foi embora, não tive coragem para conversar com o Luiz, ele simplesmente se foi também. Eu deitei no sofá e chorei o máximo que podia, não estava aguentando saber que, nem longe eu teria paz, eu poderia me culpar sozinho sem ter que ver a cara do Caio.

Lucas apareceu horas depois e me viu deitado no sofá. Quase por volta das duas da manhã, ele sentou-se comigo, quando eu comecei a contar-lhe tudo o que havia acontecido até a aparição do Caio.

- nossa – falou

- eu sei.... Mereço desprezo – falei

- não.... O que é isso, também não é assim – falou

- e como é então? Não tem um minuto que eu não pense no que aconteceu, ou quando durmo sonho com o Ricardo me olhando e me chamando de nomes horríveis mesmo sem ele ter feito isso – falei

- você tem que se perdoar, tem que entender que errar é humano e não importa como, quantas vezes, sempre iremos errar, você aprendeu algo muito grande com tudo isso e é o que importa, só isso – falou

- foi o que me disseram – falei

- e está certo, você é bom no que faz, gosta da profissão e pode colocar todo esse medo, essa raiva no trabalho, pode jogar tudo isso no que quer fazer e só pensa que você é outra pessoa depois de tudo isso – falou

- eu vou ter que rir – falei

- por que? – perguntou

- é a primeira vez que você me diz algo grande e sentimental sabia? – falei

- meu pênis – falou

- começou – falei

- é grande e sentimental – falou rindo

- idiota – falei batendo de leve nele

Lucas me puxou e me abraçou. Não sei se eu me sentirei melhor amanhã, mas irei tentar.

Finalmente eu estava melhor, em alguns sentidos, o Caio havia me deixado em paz, não o vi mais o que foi ótimo. Acabei me aproximando do Lucas e nos tornamos grandes amigos, ele me contava coisas e eu fazia o mesmo o que nos deixava ainda mais próximos. Expliquei ao Luiz o que havia acontecido naquela noite e foi uma surpresa pra mim quando ele disse que entendia mais do que qualquer um o que era errar e que eu não era a pior pessoa de todas.

Continuamos saindo quase todos os dias e a maioria deles incluía o Adam, nossa primeira noite juntos foi incrível, apesar de eu ainda ter um certo receio quanto ao sexo, foi extremamente incrível. Meus dias dentro da empresa da Maria eram bem produtivos, eu seguia cada passo do estilista, anotava sempre o que podia e usava isso nas aulas. Só que, nem sempre eu me concentrava direito, eu olhava para ela e via mais do que uma chefe e uma professora, era como se existisse algo a mais ali, não sei se por causa da doença dela.

As semanas passaram-se rápidas, mais rápidas do que eu imaginava, fiz amigos dentro de Londres que me fizeram esquecer em partes o que aconteceu no brasil, conheci um homem que, além de carinhoso era a pessoa ideal para construir uma nova vida. Eu mal percebi que um ano já havia se passado desde que eu cheguei a Londres. Era uma segunda feira a noite, eu estava esperando o Luiz para irmos comer algo em um novo restaurante, ele logo apareceu e ao invés de descermos, ele me fez ir para o quarto.

- o que foi? – perguntei

- temos que conversar algo – falei

- o que? – perguntei

- eu recebi uma proposta de emprego de uma escola infantil, para ser diretor – falou me olhando

- não brinca? Sério? – falei animado

- sim, eles viram meu curriculum e apesar de não ter nenhum mestrado, me classificaram como candidato perfeito por ter ótimas recomendações – falou

- parabéns, fico feliz em saber disso – falei abraçando ele

- só que tem uma coisa. É no Canadá e eu fiquei sabendo que lá tem o mesmo curso, se você quiser você pode se transferir, vem comigo? – perguntou

- o que? – falei surpreso

- vem comigo, podemos ir morar juntos, o Adam adora você e pode ser uma ótima oportunidade para nos dois – falou

- eu.... Eu não sei – falei

- como assim não sabe? É uma grande oportunidade – falou

- eu sei... Só que pra você e não pra mim, não quero ter que largar o meu curso e o meu emprego, isso é importante pra mim – falei

- eu sei meu amor, podemos nos mudar e ter tudo isso – falou

- eu acho melhor ver as coisas com calma – falei

- não sei se temos tempo.... Eu aceitei o emprego e tenho só até o mês que vem para estar lá – falou

- quando isso aconteceu? – perguntei

- a algumas semanas atrás – falou

- e você só veio me dizer isso agora? – perguntei

- eu achei que não iria dar certo, eles não me deram certeza – falou

- não importa. Você deveria ter me dito – falei sentando na cama

- Ben, não precisa ficar assim, - falou

- como não? Primeiro você me esconde coisas e agora quer que eu me mude da noite pro dia? Que eu abandone tudo – falei

- vai ser melhor, o Canadá é muito melhor para casais como eu e você, temos mais oportunidades – falou

- eu acho melhor você ir com jantar com o Adam, eu vou.... Eu vou terminar uns croquis – falei

- Ben… – falou

- por favor Luiz, - falei

- tudo bem, se você quer assim – falou saindo

 Eu fiquei no quarto desenhando, quando o Lucas apareceu eu conversei com ele que mais uma vez me deu conselhos que me ajudaram muito, ainda dormimos na minha cama devido a conversa que foi longa demais.

No dia seguinte eu sabia o que eu queria para minha vida, o que com certeza seria melhor pra mim. Trabalhei pela manhã e à tarde frequentei as aulas, busquei o Adam no colégio e fiquei esperando o Luiz na casa dele. Ele logo apareceu, pediu ao Adam que fosse para o quarto e sentou-se no sofá, ficamos nos olhando e ele logo se aproximou de mim, me abraçou.

- você vai ficar não é? – falou

- sim – falei abraçando forte