Oi? Como assim?
Encontrar quem? Essas foram as perguntas que passaram pela minha mente naquele
momento, eu não sabia do que se tratava, só me restava uma saída, enrolar.
- quem está
falando? – perguntei
- não está
reconhecendo minha voz? Sou eu, Felipe. Podemos nos ver hoje à noite? –
perguntou
- me desculpe,
estou com muita coisa e não estou prestando muita atenção – falei
- bom, me
encontra no lugar de sempre hoje à noite, vou estar te esperando – falou
- não sei se vai
dar, preciso resolver algumas coisas hoje – falei
- claro que vai
dar, espero você lá e sem desculpas, também tenho algo importante para te dizer
– falou
- tudo bem então,
te encontro à noite – falei desligando
- quem era? –
Joaquim falou
- um rapaz
chamado Felipe, pediu para que o encontrasse hoje à noite, só que eu não sei
onde – falei
- Felipe? Quem é
esse Felipe? – perguntou
- se você que é
amigo do Paulo eu é quem vou saber? Esperaria que pudesse me dar uma explicação
– falei
- calma, não
precisa se estressar – falou
- como não? Você
me diz que eu e meu irmão somos parecidos, primeiro eu descubro que o coração
dele ficava no lado contrário do meu, segundo ele tem inimigos por onde passa,
quer que eu me sinta seguro? Calmo? Eu estou me enfiando em um beco sem saída –
falei
- está bem, você
está certo. Tudo acontecendo muito rápido, mas logo vai melhorar, e olha só,
isso tudo aqui é seu, você tem dinheiro, não precisa se preocupar com dividas –
falou
- acha que eu por
estar dormindo em um colchão de sabe-se lá quanto custou eu vou deixar de me
preocupar? Eu tenho família, que a esse momento deve estar comendo o pão que o
diabo amassou – falei
- eu não vou mais
discutir com você, não por causa disso. Agora temos que nos preocupar com esse
tal de Felipe ai, o número veio da empresa, deve ser de algum membro de lá, tem
como rastrear o número e saber onde ele estará no horário marcado – falou
- ainda não
entendi o que vocês são? FBI, CIA, KGB, me explica Angelina Jolie – falei
- nada disso,
apenas uma empresa que lhe dá com tecnologia, nada mais que isso.
- eu vou
programar o seu celular e você irá saber onde esse indivíduo anda – falou
- ótimo, agora se
puder me deixar me arrumar direito, agradeceria – falei
- não demore,
você tem coisas a fazer, precisa aparecer na empresa – falou
- não se
preocupe, não irei demorar – falei
Ele saiu do
quarto. Entrei no closet e peguei algumas roupas, vesti, ajeitei meu cabelo
para que ficasse do mesmo modo que o Paulo usava, passei o perfume, peguei o
celular, coloquei no bolso do paletó e coloquei o relógio.
Quando me olhei
no espelho, senti uma angustia grande por dentro, não estava me sentindo eu
mesmo, estava me sentindo outra pessoa, não estava vendo o Augusto ali, estava
vendo o Paulo Augusto, aquele cujo o corpo foi enterrado no lugar errado, só
que, ao invés de mim, ele deve ter tido um enterro onde todos choravam de
verdade, chorando por ter perdido ele, já eu, havia morrido e nem estado no
enterro.
Sai do quarto
indo em direção a sala onde o Joaquim estava, ele logo ficou sorrindo comigo
enquanto descia. Me aproximei dele e passei direto abrindo a porta.
- está parecendo
mesmo o Paulo, ele adorava usar paletó com jeans – falou
- espero que não
demore, - falei
- não precisa
ficar com raiva, e eu não sou seu motorista particular não – falou
- prefere que eu
vá com o motorista? – perguntei olhando ele
- não, apenas
acalme-se – falou
Entramos no carro
e ele deu partida. Pegamos um engarrafamento, no caminho eu ia imaginando como
as coisas para mim estavam ruins, piores do que quando eu dormir e acordava
pensando em como iria me virar no dia seguinte.
Logo chegamos a
frente de um prédio enorme e muito bonito. Entramos, ouvi pessoas dando bom
dia, passei direto e quando ia entrar no elevador com o Joaquim, senti meu
corpo ser levado para trás com o tombo, alguém havia batido em mim, olhei para frente
para ver quem era e meu coração quase saiu pela boca quando vi a Sandra.
Naquele momento
eu só queria morrer de verdade, que diabos ela estava fazendo ali? Ela estava
pálida, me olhando como se não acreditasse no que estava vendo. Entrei no
elevador e ela não saiu, continuou ali de lado, fingi não conhece-la, acabei
ficando nervoso e comecei a apertar a minha mão esquerda, uma coisinha que eu
faço quando estou nervoso.
Ela parou o
elevador ficando a minha frente.
- por que parou
isso, está louca? – Joaquim falou
- é você não é? É
você Guto? – perguntou quase chorando
- do que você
está falando garota? – Joaquim perguntou
- olha pra mim, é
você mesmo, eu sei que é você, ninguém mais faz isso com as mãos além de você –
falou
- olha só garota,
esse ai é o Paulo Augusto de Alencar brito, dono dessa empresa, ele é conhecido
em vários lugares, agora não enche – falou segurando ela
- solta ela
Joaquim – falei
- me desculpe, eu
explico depois – falei apertando o botão para o elevador voltar a subir
- eu vi você
morto, eu vi – ela gritou
As portas do
elevador se abriram, eu saí de dentro e Joaquim veio atrás de mim, olhei para
trás e ela estava secando os olhos, continuei caminhando e logo uma mulher
morena, muito bonita, se aproximou de mim:
- bom dia Sr.
Paulo, tivemos ligações ontem o dia inteiro, o Sr. Tem uma reunião as onze com
os fornecedores de materiais para a nova remessa, e estão lhe esperando na sala
de reuniões – ela falou enquanto caminhava
- peça para
aguardarem, e me traga algo para comer – falei andando
A coisa mais
fácil naquele andar era identificar a sala do Paulo, grande, paredes de vidro,
totalmente arrumada e organizada, a maior dali. Caminhei em direção a ela e
abri a porta.
- você está sério
demais, - falou
- você queria o que
Joaquim? Que eu risse? Pelo amor de Deus, - falei
- era a sua irmã?
No elevador? – perguntou
- era ela sim, e
não sei que merda ela veio fazer aqui, justo aqui – falei
- ela sabe que você
está vivo, sabe que é você aqui. Precisa dar um jeito nisso – ele falou
- você acha que
eu não sei? Olha, nos últimos dias você só tem me dito o que fazer, como fazer,
onde fazer e com quem fazer, me deixa respirar, eu nem consegui me reconhecer
essa manhã. Tem coisas naquele diário do Paulo que eu fiquei com medo de ter
lido – gritei
- você tem razão,
eu tenho sido chato, mas é que eu não vou deixar o Paulo ter morrido em vão, não
mesmo – falou
- só me dá um
tempo, estamos em pleno século 21, eu sei o que estou fazendo, só preciso que
me mostre o caminho, o resto eu faço – falei
- tudo bem então –
falou sorrindo
- Sr. Eu trouxe
um sanduíche de peito de peru e um suco de manga – falou Melissa entrando
- obrigado –
falei
- e estão
esperando o Sr. Com urgência na sala de reuniões, o que eu digo a eles? – ela perguntou
- diga para que
esperem, - falei olhando Joaquim
- tudo bem –
falou saindo
Eu estava
morrendo de fome. Comi e depois entrei no banheiro, limpei a boca bocejando
agua e logo sai da sala, Joaquim me mostrou a sala de reuniões, entrou primeiro
e depois eu entrei, me sentei.
- você demorou Paulo,
mais um pouco e eu estava quase mandando irem te buscar com um pedestal – Celina
falou
- você queria o
que Celina? Que eu viesse correndo para fazer os caprichos de vocês? Aposto que
muitos de vocês não mexem um dedo para fazer nada além de porem uma assinatura
treinada em uma folha de papel, não me cobre o que você não sabe fazer – falei
- vejo que sua
viagem não foi tão boa assim, e se eu me lembro bem, também sou acionista dessa
empresa e não estou aqui para ouvir você reclamando – falou
- acho que deveríamos
nos acalmar – falou um rapaz
- claro, como
não. Que a rainha comesse falando o que ela precisa – falei
- muito obrigado
meu querido. Eu marquei essa reunião pois estamos em dívida com uma agencia de
Nova York, estamos devendo 1 milhão em equipamentos que não chegaram – ela falou
- isso é grave, se
isso vazar, iremos perder credibilidade com muitos compradores – o rapaz falou
- está me dizendo
que, uma empresa que fornece material tecnológico não consegue rastrear a própria
carga? Sabe o que isso significa? Falta de responsabilidade, eu quero até as 17
horas a notícia de que essa carga foi encontrada, ou a coisa vai ficar feia –
falei me levantando
Sai da sala e
voltei para a minha sala. Entrei e me sentei. Logo a Celina entrou atrás.
- o que deu em você
em? Está histérico, estressado e rude – ela falou
- rude? Eu chamaria
isso de atitude, coisa que não estão tendo – falei
- Celina, preciso
falar com o Paulo, nos dá licença? – Joaquim falou
- conversamos
mais tarde – ela falou saindo
- que diabos foi
aquilo em? – ele perguntou
- estou fazendo o
meu papel, não é sobre isso? – falei
- você está
bancando o idiota, o Paulo nunca foi assim, ele sempre dava um jeito em tudo,
mas não desse jeito – falou
- deve ser por
isso que ele foi enterrado com uma bala no peito, por ser bonzinho demais, 1 milhão
em produtos somem e você acha que eu deveria sorrir? – perguntei
- estou começando
a pensar que foi uma péssima ideia ter colocado você nisso – falou
- está afim de
desistir? – perguntei
Ela apenas deu um
murro na mesa. Saiu da sala. Não fiquei muito tempo naquele prédio, quando
estava saindo, fui abordado pela Sandra que segurou o meu braço me impedindo de
andar. Logo um rapaz forte a segurou.
- o Sr. Está bem?
– perguntou
- Guto, você tem
que me explicar que merda é essa – ela falou
BOM DEMAIS. QUERO VER COMO ELE VAI SE LIVRAR DA SANDRA AGORA.
ResponderExcluirparece que paulo não é tao santinho assim e o augusto vai se meter em muita confusao.
ResponderExcluirmaravilhoso como tudo o que vc escreve
ResponderExcluir