segunda-feira, 21 de julho de 2014

Meu Chefe, Minha paixão - Capitulo 20



- o que você pretende fazer? – Lucas perguntou
- eu vou com ela, acho melhor vocês continuarem a viagem – falei
- eu volto com você, para não ficar sozinho – falou

- não precisa, eu acho que é o momento certo para pensar sozinho – falei
- bom, e quando você vai? – perguntou
- pelo o que o médico disse, no máximo amanhã cedo estaremos voltando – falei
- tudo bem então. Seria bom você falar com seu pai, sei lá, esclarecer as coisas – falou
- ele está bastante chateado e não tiro a razão dele, acho que.... Se eu fizesse isso, seria pedir demais – falei
- também acho – falou

Quando o Lucas me ligou dando a notícia, meu coração quase foi para fora da boca, eu vesti minha roupa com o Ricardo ao meu lado perguntando o que estava acontecendo e eu não conseguia explicar, só sabia que tinha que estar no hospital.
Ele queria me levar mas eu recusei, não queria ter que criar laços com ele novamente, não quando a minha vida estava finalmente indo pelo caminho certo. Peguei um taxi que me deixou no hospital, a Maria estava muito mal, o novo tratamento não estava trazendo o efeito desejado e ela teve reações negativas o que a deixou inconsciente por algumas horas.

Não tive sinal do meu pai, acho que ele não iria aparecer no hospital, do jeito que ele era teimoso e orgulhoso, não iria mesmo aparecer ali. Fiquei a noite toda dentro do quarto sentado na poltrona esperando para ver se ela acordava, somente quase duas da manhã ela finalmente acordou, as enfermeiras deram o remédio e água, eu falei pouco com ela, ainda não conseguia colocar na cabeça que aquela mulher era a minha mãe, mulher essa com quem eu passei quase dois anos da minha vida sem me dizer nada, nem mesmo um sinal de que poderia mostrar que havia mais do que afeto entre uma professora e um aluno.

Sai da sala enquanto o médio examinava ela, os efeitos foram fortes e atingiram boa parte do corpo, o câncer estava ativo no corpo dela, sentia meu chão ir sumindo, não sabia o que fazer, o que sentir. Na manhã seguinte ela conseguiu autorização para voltar para Londres, iria ficar internada na clínica onde o médico dela trabalhava. Resolvi que voltaria com ela, não iria deixar ela sozinha.

Falar com meu pai que não foi fácil. Cheguei na casa dele e o mesmo estava bebendo sentado no sofá como sempre fazia quando estava chateado.

- não perdeu o costume – falei sentando
- por que perderia? – perguntou
- eu estou voltando para Londres com a Maria – falei
- não esperava menos, ela me deixou e agora você, bom, acho que não mereço o amor de ninguém – falou

- pai, não é isso. De qualquer forma eu voltaria para lá, tenho que terminar o meu curso, gastei todo o meu dinheiro nele e não quero perde-lo, tenho que ter uma profissão, tenho que ter um futuro. Não esperava que isso tudo fosse acontecer, mas não vou deixar ela sozinha, ainda mais doente – falei
- se você quer ir, então vai. Não posso te impedir. Só toma cuidado, pra ela não te magoar de novo – falou

- ela não pode quebrar o que já foi espedaçado – falei
- se cuida viu – falou me olhando
Eu me aproximei dele e o abracei como nunca tinha feito antes.
- vê se tira essa barba – falei
- eu acho ela bonita – falou
- te deixa com cara de tarado, e não quero chegar aqui e ter uma dúzia de irmãos – falei
- está com medo? – perguntou
- não, só não quero perder o meu quarto – falei rindo

Senti que ele ficou chateado, muito mesmo. Ele não era de mudar de ideia fácil e eu senti ali que iria doer muito deixar ele de novo. Não me despedi do Ricardo, não queria e não poderia, era como apertar a faca que estava enfiada dentro dele, a faca que eu coloquei lá dentro. Apenas fui embora, deixando tudo novamente para trás.

Um mês depois, ainda em Londres, Maria estava melhor, não estava cem por centro, mas estava bem. Uma nova diretora foi contratada para ficar no lugar dela na empresa enquanto ela ficava em casa descansando devido ao tratamento antigo.

Passei a falar com ela a cada dois dias, seguia a minha vida normalmente, ia ao trabalho, fazia os meus trabalhos do curso e voltava para casa. Aquele mês foi de puro silencio, não o silencio que se sente quando tudo fica tranquilo, o silencio de que nada demais estava acontecendo.

Recebemos do curso os últimos ultimatos, teríamos os próximos cinco meses para preparar o desfile, o que nos deu todos os meses de folga, não iriamos ter mais aulas, apenas consultoria com os tutores e tudo mais.
Naquele dia, sai do trabalho e fui visitar a Maria, ela estava sentada no jardim da casa desenhando, me aproximei e olhei os desenhos que era fantástico como sempre.

- pensei que não viria – falou
- estava terminando algumas coisas – falei
- coisas importantes? – perguntou
- mais ou menos – falei

- entendi. Ben, por que você não vem morar comigo? – perguntou
- acho que já conversamos sobre isso – falei
- eu sei. Mas você é meu filho, eu já te expliquei o porquê de eu ter ido embora, de eu ter escondido de você – falou

- não vamos voltar a esse assunto, eu vou ficar com o Lucas – falei
- ele pode vir pra cá também, não tem problemas – falou
- acho melhor paramos por aqui – falei
- tudo bem – ela disse
- senhora, é o Dono da Jackson High no Canadá, o colégio foi incendiado – falou uma das empregadas entregando o telefone

Maria falou ao telefone com o homem por alguns minutos. Eu fiquei olhando os desenhos enquanto ela conversava. Logo terminou e entregou o telefone a empregada que entrou na casa.

- o que aconteceu – perguntei
- essa escola é uma das escolas que minha empresa tem parceria e oferece cursos diversos para as crianças, houve um incêndio no laboratório de ciências e não conseguiram conter o fogo, a escola foi perdia e o diretor morreu no incêndio juntos com dois professores – falou
- nossa, que tragédia – falei
- pois é, uma perda grande. Imagino a família dessas pessoas, como não se sentem – falou

- pois é. Bom, eu.... Eu tenho que ir, vou continuar com o projeto, do desfile – falei
- vocês já decidiram o conceito? – perguntou
- sim, os sete pecados – falei
- um conceito bastante complexo – falou
- é, mas até agora tudo está saindo como esperamos, - falei
- se precisar de algo, me avise – falou
- fica bem – falei beijando a testa dela

Em casa eu estava sentado conversando com o Lucas quando passou a notícia no jornal sobre o incêndio que houve na escola, pessoas chorando e lamentando a perda do diretor e dos professores. Lucas logo tirou, ele disse que não gosta de ver essas coisas pois acaba se sentindo mal também.

Naquela noite reunimos o pessoal para falar do desfile, montamos a estrutura do palco, selecionamos os croquis que iriam entrar no desfile, mas, ainda faltava muita coisa, não iriamos ter recursos o suficiente para fazer o evento que desejávamos, até por que já havíamos investido todo o dinheiro que tínhamos e o que o pessoal conseguiu. O jeito era conseguir patrocínio o que seria difícil, ainda mais se tratando de desfiles amadores onde as empresas participantes não poderia patrocinar.

Foi uma semana difícil, correr atrás de patrocínio, trabalhar no projeto e resolver as tarefas do trabalho, cheguei em casa cansado, tomei um banho quente, coloquei meu casaco quentinho e minha calça de moletom, sentei no sofá com um pedaço de torta salgada, Lucas ficava me olhando e me chamando de guloso enquanto assistíamos series que passavam na televisão, bateram na porta, Lucas levantou e abriu a porta, depois me olhou e abriu ela toda, vi o Adam me olhando quieto, em pé na porta e uma moça atrás dele.


Me levantei e ele correu me abraçando minha cintura e chorando. Não entendi bem o que estava acontecendo, tentei falar com ele que não me respondeu, apenas chorou, levei ele até o quarto e o coloquei na cama, deixei o Lucas com ele e conversei com a moça que me disse que o Luiz havia morrido no incêndio da escola no Canadá a uma semana atrás e que eu era a única pessoa que o Adam queria ver. 
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8 comentários:

  1. triste o luiz ter morrido vai fazer muita falta pro adam mais tenho certeza que o ben vai cuidar muito bem dele.

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  2. Na hora que falou desse incêndio imaginei o luiz mais eu tenho certeza que o lucas vai tomar conta do adan e vai ficar com a guarda dele e eu estou torcendo muito pra que bem fique com o ricardo não achei certo a recaida e tals mais não vou julgar que foi errado foi ter deixado o pobre coitado mais uma vez .

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  3. Quando eu li a parte do telefonema que a Maria recebeu falante sobre o incêndio eu já sabia que era o Luiz :/ Tadinho do Adam. Acho que o Ben vai ficar com o Adam. E tomara que voltebom o Ricardo também, rs. Capítulo perfeito *-*.

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  4. Chocado! Está cada vez mais perfeito e intenso. Parabéns!

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  5. amamos seus contos, ta de parabens sei que nao tem o mesma quantidades de comentarios.. mas é normal acho que o pessoal tem preguiça de fazer conta ou seila.. se tivessi como fazer um sistema mas simples de cadastra tipo igual ao "casa" o pessoal comentaria mais sei la.

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